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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Alimentos saudáveis e qualidade de vida

José Otavio Menten*

Embora ainda sejam elevados os números tanto de obesos como de sub-nutridos, as pessoas, hoje, se alimentam bem melhor, graças à oferta e diversidade de alimentos de boa qualidade - e isso depende, fundamentalmente, da agricultura

A expectativa e a qualidade de vida dos homens e mulheres vêm melhorando nos últimos anos, no mundo e no Brasil. Em 30 anos, a vida média aumentou cerca de 15% e cada vez mais pessoas acima dos 50 anos de idade desfrutam de excelente saúde. Antigamente, essas pessoas eram consideradas "velhas". Em 1950, havia 24.000 pessoas com mais de 100 anos no mundo. Atualmente são 269.000; em 2050, deverão ser 3.800.000. Dentre os diversos fatores responsáveis por esta situação a ser comemorada, estão: redução da taxa de mortalidade infantil no início da vida e aumento do índice de sobrevivência a doenças. Isto vem sendo conseguido graças à melhoria no saneamento básico, programas de vacinações, antibióticos/medicamentos, tecnologia médica e, em especial, aprimoramento da nutrição.
Embora ainda existam obesos e sub-nutridos no mundo e no Brasil, em regiões ou sociedades com condições aceitáveis de desenvolvimento, as pessoas se alimentam cada vez melhor. Para que isto ocorra, há necessidade de maior disponibilidade e diversidade de alimentos de boa qualidade. Se compararmos a dieta básica dos brasileiros nas décadas de 50 e 60 e atualmente, serão encontradas várias e claras diferenças: mais consumo e diversidade de frutas, hortaliças, cereais e grãos. Isto significa mais proteínas, sais minerais e vitaminas. A maior disponibilidade de alimentos depende, basicamente, da agricultura.
São os agricultores, em suas hortas, pomares, sítios, chácaras e fazendas quem produzem os alimentos essenciais para a melhoria da qualidade da vida de pessoas. Mas estes agricultores precisam receber sementes e materiais de propagação de espécies e cultivares que tenham as características desejadas pelos consumidores. Também precisam ser informados sobre as maneiras adequadas para produzir estes vegetais "novos".
Há 50 anos a produção de frutas de clima temperado - uva, maçã, pêssego, etc. - era insignificante no Brasil. Alface era uma das poucas verduras consumidas. Poucos conheciam rúcula, agrião, cenoura, beterraba e várias outras hoje comuns nas mesas dos brasileiros. No café da manhã, não se pensava em consumir cereais, sucos e frutas in natura. A utilização da gordura animal era muito maior que dos óleos vegetais.
Diversos destes vegetais não eram cultivados por apresentarem muitas pragas, o que impedia uma produção sustentável. Dentre os fatores que influem na produção está o manejo de pragas. E, entre as alternativas de manejo, destaca-se o uso racional de defensivos agrícolas.
Os defensivos agrícolas são seguros para a saúde das pessoas, a qualidade dos alimentos e para o meio ambiente. Isso porque, antes de serem produzidos comercialmente, os defensivos passam por rigorosa avaliação agronômica, toxicológica e ambiental de três órgãos do governo federal: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, MAPA; Agência Nacional de Vigilância Sanitária, do Ministério da Saúde, ANVISA; e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, IBAMA, do Ministério do Meio Ambiente. Seus técnicos especializados se dedicam, por até 3 anos, na análise de todos os estudos exigidos pela legislação brasileira. Além da análise e autorização do uso pelo Governo Federal, os produtos ainda necessitam de cadastro nos respectivos Estados.
Todos os alimentos, quer sejam produzidos por técnicas convencionais, como fertilizantes químicos e defensivos agrícolas, ou por técnicas alternativas (orgânicos, biodinâmicos etc.) têm que ser saudáveis. Seguindo os procedimentos desenvolvidos em universidades e centros de pesquisa, produzir em quantidade, qualidade e diversidade não somente é possível como necessário para garantir o desafio da demanda global crescente, conforme tem alertado a FAO, órgão para Agricultura e Alimentação das Nações Unidas. O Brasil é o país com melhor tecnologia agrícola tropical em todo o mundo.
Uma alimentação sadia e balanceada é fator essencial para a melhoria da qualidade de vida. E estes alimentos vêm do campo, da zona rural, de agricultores que assimilam o que existe de mais moderno em tecnologia agrícola. Com seu trabalho em fins de semana e feriados, com frio ou calor, chuva ou sol, contribuem para que os homens vivam mais e melhor.

*José Otavio Menten é Phd em Agronomia e consultor institucional da Associação Nacional de Defesa Vegetal, Andef

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