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segunda-feira, 15 de março de 2010

Investimentos para Copa

Roni de Oliveira Franco *

Serão doze sedes distribuídas por todas as regiões do Brasil. Diferente das Olimpíadas, em 2016, que terá como local de realização unicamente o Rio de Janeiro, a Copa do Mundo de 2014 receberá vultosos investimentos em várias cidades. E, para muitos, o Mundial daqui começará para valer logo após o término da Copa da África do Sul.
Com certeza os números da Copa do Mundo de Futebol no Brasil impressionarão! Em 2006, na Alemanha, este megaevento esportivo levou 32 seleções, que disputaram as partidas em 12 estádios. O público presente total foi de 3.359.439 – uma média de 52 mil torcedores de diferentes nacionalidades por partida. Apenas com este dado, dá para ter uma ideia do retorno financeiro que será deixado no País por conta desse movimento de pessoas – leia-se transporte, hospedagem e alimentação - pelo País afora.
De acordo com o Ministério dos Esportes, terão que ser investidos no Brasil de US$ 5 bilhões a US$ 10 bilhões em diversos setores econômicos – mobilidade, energia, turismo, telecomunicações, serviços, segurança, dentre outros -, para receber a Copa do Mundo.
Porém, as necessidades para a realização de um evento esportivo desta magnitude não param por aí. Outro ponto que tem que ser levado em conta é a qualidade do serviço que será prestado por todos, como a questão de um outro idioma, além do nativo, por exemplo, que os profissionais brasileiros envolvidos deverão dominar. Nos últimos Jogos Olímpicos (China, 2008), por exemplo, as crianças treinavam inglês com os turistas nas ruas. Será que conseguiremos alcançar este patamar até 2014?
Organizar uma Copa do Mundo não é um Campeonato Brasileiro. Serão necessários muito mais gestores capacitados nas diversas áreas que o esporte necessita – que vai desde marketing até as atas do direito, em volumes bastante acrescidos. E para que cada um consiga desempenhar seu papel da melhor maneira possível, é de grande necessidade que se constituam parcerias nos itens mais pontuais, inclusive os não tão próximas do esporte, mas que terão interface, de alguma forma em grande volumes, durante a competição internacional no Brasil.
Planejamento, gestão contábil, questões tributárias, dentre outros aspectos nesse contexto, serão mais do que preponderantes nos próximos anos. E empresas de BPO (Business Process Outsourcing) deverão ter grande responsabilidade nesse processo, podendo auxiliar – e muito – as empresas e instituições envolvidas diretamente com o Mundial no Brasil.
O alcance de metas para a Copa de 2014 vai depender de várias ações fora do campo e relacionadas às práticas administrativo-financeiras. Não vai ser fácil. Mas o País evolui bastante nessa área. Já temos exemplos aqui que prova que podemos ter sucesso nessa gigantesca empreitada.

*Roni de Oliveira Franco é sócio da Trevisan Outsourcing e professor da Trevisan Escola de Negócios.
E-mail: roni@trevisan.com.br

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