FIQUE POR DENTRO

segunda-feira, 1 de março de 2010

Teste do Olhinho: exame precisa ser feito

Problemas registrados no Espírito Santo são fatos isolados, exame não coloca a saúde do bebê em risco


Foi um susto para as famílias de Vitória o fato de doze bebês terem passado mal, após a realização do teste do olhinho, no Espírito Santo, no início deste ano. As crianças foram encaminhadas para hospitais da Grande Vitória, apresentando os mesmos sintomas: corpo mole, falta de ar e queda na frequência cardíaca, após a realização do exame. Todos receberam atendimento médico apropriado e nenhum dos bebês ficou com seqüelas. Segundo os responsáveis pela direção do Hospital das Clínicas, o colírio usado para dilatar a pupila dos bebês apresentou problemas e os exames foram suspensos até que a situação se normalize.
“O episódio, apesar de assustar alguns, precisa ser esclarecido devidamente, pois o teste do olhinho é um exame essencial, que pode resguardar muitas crianças da cegueira ou do desenvolvimento de doenças oculares como a catarata, o glaucoma, o retinoblastoma e a ambliopia”, afirma o oftalmologista Virgilio Centurion, diretor do Instituto de Moléstias Oculares, IMO.

Como é feito o teste
O teste do olhinho é um exame indolor e rápido, demora menos de cinco minutos para ser realizado. O único equipamento necessário é um oftalmoscópio direto. Mais do que o reflexo vermelho, é preciso que o profissional - neonatologista, pediatra ou oftalmologista - examine o olho da criança e tudo o que o envolve. “O ‘teste do reflexo vermelho’ recebe esse nome porque quando o oftalmologista projeta a luz do oftalmoscópio no olho de um bebê sadio, um reflexo vermelho ou amarelo-avermelhado pode ser visto, proveniente da retina”, explica a oftalmopediatra do IMO, Maria José Carrari.
O reflexo avermelhado ocorre porque os meios oculares - córnea, cristalino, vítreo - encontram-se transparentes. A cor se deve à própria cor da retina. “A ausência do reflexo vermelho ou a presença de reflexos diferentes em um ou nos dois olhos podem significar a presença de alguma alteração congênita ou neonatal. Nestes casos, a criança deve ser encaminhada imediatamente ao oftalmologista”, explica Maria Carrari.
Após o nascimento, o teste também pode ser realizado nas consultas rotineiras em crianças maiores, de qualquer idade, pois muitas doenças passíveis de diagnóstico pelo método podem aparecer mais tardiamente.

O que pode ser diagnosticado por meio do teste do olhinho:

• Catarata congênita - estima-se que atualmente 0,4% dos recém-nascidos sejam portadores da moléstia. A doença pode ser detectada pelo teste do olhinho, quando este apresenta um reflexo vermelho que não é visto de maneira clara ou uniforme. “O diagnóstico precoce desse tipo de catarata é de extrema importância para o bom desenvolvimento da criança, pois quanto mais precoce for o diagnóstico e o subseqüente procedimento cirúrgico, menor será o dano à acuidade visual provocado pela doença”, afirma Maria José Carrari;

• Glaucoma congênito - é outra doença que pode ser diagnosticada por meio do teste do olhinho. Sua incidência é de 1 em cada 10 mil recém-nascidos vivos, aproximadamente. “O glaucoma congênito é resultado do aumento da pressão intra-ocular que provoca rupturas no endotélio corneano, levando ao edema de córnea. O edema de córnea impede a entrada normal de luz para dentro do olho”, explica Carrari;

• Retinoblastoma - quanto aos tumores malignos intra-oculares, o retinoblastoma é o mais freqüente na infância e também pode ser diagnosticado precocemente por meio do teste do olhinho. Se não for tratado com urgência pode levar a criança ao óbito. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica, no Brasil, 60% dos retinoblastomas são diagnosticados tardiamente, quando já não é possível salvar o olho e, às vezes, nem a vida da criança;

• Retinopatia na prematuridade - é uma condição que afeta os prematuros, os bebês considerados de risco (menos de 1500 gramas ou 32 semanas de gestação). Trata-se de um processo fibroso patológico que compromete a retina dos dois olhos da criança prematura. “Normalmente, a doença está associada ao uso prolongado de oxigênio e baixo peso ao nascimento. Se não for detectada no início, pode levar ao deslocamento da retina e causar cegueira”, explica a oftalmopediatra.

CONTATO:
http://www.imo.com.br/
imo@imo.com.br
http://twitter.com/clinicaimo

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Aqui você poderá fazer suas denúncias e comentários.
Se você recebeu algum comentário indevido. Utilize-se deste canal para sua defesa.
Não excluiremos os comentários aqui relacionados.
Não serão aceitos comentários com palavras de baixo calão ou denúncias infundadas. Aponte provas caso queira efetuar suas denúncias, caso contrário, seu comentário será removido.