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sexta-feira, 18 de junho de 2010

Sapopemba faz 100 anos em grande estilo

No mês de aniversário de 100 anos do Sapopemba, muitas atrações animam a região

Sapopemba, como distrito, só tem o que comemorar este ano em que o bairro de mesmo nome completa 100 anos de existência. Afinal, diversas áreas foram revitalizadas com criação de espaços de lazer e verde, o Parque da Integração Zilda Arns foi entregue à população no início do ano, e vários serviços estão sendo trazidos à região que é considerada uma das mais populosas de São Paulo, com mais de 300 mil habitantes. Só no mês de junho chegaram o Cine Tela Brasil, cinema itinerante com sessões gratuitas de filmes nacionais, o Poupatempo Móvel e o CAT Móvel, trazidos por iniciativa da Subprefeitura. "A idéia é proporcionar à população facilidade de serviços só encontrados em áreas mais centrais da cidade e assim evitar mais gastos com deslocamentos", comenta o subprefeito Wilson Pedroso.

Pelo segundo ano consecutivo, a Comissão de Festejos do aniversário do Sapopemba se reúne com a Subprefeitura de Vila Prudente / Sapopemba, e para o Centenário resolveu trazer diversas atrações, além da tradicional festa musical: casamento comunitário e religioso, apresentação do canil da Polícia Militar, Corpo Musical, Desfile Cívico, grupos folclóricos e Show Musical com bandas da região e atrações comandadas pela Rádio Transcontinental FM. A criançada terá o Espaço Recreativo Bandeirante, com brinquedos infláveis, palhaços e arte circense. A Banda Bloco Brasil encerra a festa com muita animação.

Para o subprefeito Wilson Pedroso, o aniversário de um bairro é como o aniversário de alguém muito querido. "Sapopemba é querida, as pessoas são muito dedicadas e não é à toa que o poder público tem voltado cada vez mais os olhos para cá", diz.

Confira a programação completa:

Casamento Comunitário
19/06/10 - Casamento Civil
Horário: 9h
Cartório Registro Civil - Subdistrito Sapopemba
Av. Sapopemba, 7899
(Para o casamento comunitário, 14 casais participarão da cerimônia).

19/06/10 - Casamento Religioso
Horário: 12h
Paróquia Nossa Senhora de Fátima
Av. Sapopemba, 8022
(não aberta ao público, apenas aos convidados dos noivos)


23/06/10 - Sessão Solene da Câmara Municipal de São Paulo
Horário: 19h
Local: Subprefeitura de Vila Prudente/ Sapopemba
Na ocasião, serão homenageadas pela Câmara Municipal de São Paulo, 100 personalidades, lideranças e comerciantes que contribuíram para o desenvolvimento do bairro do Sapopemba.


26/06/10 - Encerramento das festividades
Horário: das 9h às 20h
Local: Parque da Integração Zilda Arns - Av. Sapopemba, altura do nº 6.950


Confira a programação completa da festa de encerramento no dia 26:

9h00 - Abertura do evento com Culto Ecumênico

9h30 - Apresentação do Corpo Musical da Polícia Militar tocando o Hino Nacional

10h - Falas das autoridades presentes, civis e militares, com abertura do subprefeito Wilson Pedroso

10h20 às 11h - Desfile da Polícia Militar e Guarda Civil Metropolitana

11h - Apresentação do Canil da Polícia Militar

Das 9h às 12h - Espaço Recreativo Bandeirante, Artes Circenses e Brinquedos Infláveis para crianças até 10 anos.


Das 12h às 18h - Show Musical com a Rádio Transcontinental, com as seguintes atrações musicais: Grupo Fino Trato, Atitude 4, Remix SB, E D+.

-Mais atrações musicais com os seguintes grupos / cantores:
18h - Baddon

18h20 - Banda JNR e Banda Biodiesel

19h - Encerramento com a apresentação da Banda Bloco Brasil


A festa do centenário do Sapopemba está sendo viabilizada através do patrocínio da Caixa Econômica Federal, do Brinquedos Bandeirante e Rádio Transcontinental FM, com o apoio da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET); Sabesp; São Paulo Turismo, Guarda Civil Metropolitana (GCM), e realização da Subprefeitura de Vila Prudente / Sapopemba.


Histórico do bairro

Sapopemba foi oficialmente fundada em 26 de junho de 1910 e desmembrada de Vila Prudente, quando virou distrito, em 1985. A região nem sempre teve esse nome, pois no início era chamada de Monte Rosso pelos imigrantes italianos devido à terra vermelha que havia nessa região, e que era própria para a agricultura, fabricação de telhas e tijolos. Mas os verdadeiros responsáveis pelo povoamento do bairro foram os imigrantes portugueses, que transformaram as grandes extensões de terras férteis, em chácaras para plantação de verduras.
Já o nome Sapopemba é originário da árvore de mesmo nome, espécie comum na Amazônia que desenvolve raízes de até 2 metros de altura ao redor de seu tronco, e cujo significado em tupi-guarani é "-"raiz chata, muito enterrada". Situado na região leste da cidade, conta com mais de 300 mil habitantes e abrange 52 vilas e bairros. Um dos principais fatos de sua história foi a construção da Adutora Rio Claro, pelo engenheiro Henrique Novaes, que em 1926 fincou a pedra fundamental do abastecimento na região, concluído em 1937, e que até hoje beneficia mais de um milhão de pessoas na região metropolitana de São Paulo.

Lembram os mais antigos que o evento mais importante da história de Sapopemba foi a chegada da imagem de Nossa Senhora de Fátima, vinda de Portugal em 1931. Encomendada por João Alves Pereira, a imagem só foi liberada pela alfândega depois que uma comissão de moradores pagou 3 contos de réis, valor que Pereira não dispunha. "Cada um deu o que podia, mas todos contribuíram", conta Secco, filho de um dos integrantes da turma que pagou a taxa alfandegária. Para trazer a santa até Sapopemba, uma procissão grandiosa foi programada. Mais tarde, ao lado da antiga Igreja de São Roque, foi erguido um santuário para a imagem da santa.


No espírito de união, Sapopemba conquistou diversas melhorias para sua população. Uma vez por semana os moradores se reuniam para discutir o que podia ser feito em beneficio da comunidade, e foi dessa força que chegou o asfalto, tubulação de água e esgoto, unidades de Saúde, três AMAs, o Mercado Municipal Antonio Gomes, mais conhecido como Mercadão do Sapopemba, e o Sacolão Teotônio Vilela, hoje também transformado em Mercado.

Por falar em asfalto, não se pode deixar de lembrar da maior via urbana da cidade de São Paulo, com uma extensão de 40 quilômetros a avenida Sapopemba é uma referência para a região. Uma verdadeira artéria que pulsa com sua forte vocação para o comércio em geral, em especial salões de beleza e vendas de produtos de beleza.


Hoje, aquele Sapopemba rural, com ares de sítio deixa suas características para se transformar numa região de desenvolvimento e com mais infra-estrutura. Beleza e lazer também estão presentes na região com o apoio da prefeitura juntamente com a Sabesp, que construíram um dos maiores parques lineares do mundo (são 7,5 km de extensão), o Parque da Integração Zilda Arns, localizado sobre a faixa onde estão enterradas as tubulações da Adutora Rio Claro, da Sabesp. Nele, além das caminhadas em meio ao verde, há playgrounds, equipamentos esportivos para os adultos, quadras esportivas e campos de futebol.

Desde 2009, com o projeto Vila Prudente / Sapopemba Sempre Verde, as equipes do Verde da Subprefeitura, com o auxílio da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, já plantaram, só no Sapopemba e adjacências, mais de 3.000 mudas adultas de diversas espécies frutíferas e ornamentais. Os resultados não são imediatos, mas daqui há alguns anos, as mirradas árvores se tornarão frondosas e deixarão a região com novos ares.

Sapopemba nas mãos da comunidade*

Não havia nada. Não havia saneamento básico, energia elétrica, nem água encanada. Estavam lá apenas a Avenida Sapopemba, e a Avenida Professor Luiz Ignácio de Anhaia Mello, com um córrego no centro e uma favela às margens. Também havia a Igreja Nossa Senhora de Fátima, muitas chácaras, uma padaria, um açougue, e a Escola Municipal de Ensino Fundamental Deputado Flores da Cunha, onde os filhos de Francisca Gavrani Frias, hoje uma quase bisavó, estudaram.

Francisca chegou ao Jardim Grimaldi em 1962, e foi lá onde criou os filhos, que carregava no colo até a escola, quando a chuva transbordava e cobria a ponte do córrego na Avenida Anhaia Mello, para que não sujassem os uniformes, e posteriormente também criou os netos, freqüentemente brincando na Biblioteca Gilberto Freyre, onde Francisca foi atuante desde a inauguração, quando andava pela região recolhendo jornais para os arquivos da biblioteca, voluntariamente.

No colégio Flores da Cunha, a história de Francisca Gavrani Frias encontra-se com as de Helena Souza, que chegou ao bairro em 1965, e de Diva Talieri Lopes, que veio em 1972. Os filhos de todas elas estudaram na mesma escola municipal Flores da Cunha, e freqüentaram a mesma biblioteca,Gilberto Freyre, onde as filhas de Helena vinham fazer pesquisas após as aulas.

Além do desenvolvimento da região de Sapopemba, nas últimas quase cinco décadas, as três mulheres presenciaram acontecimentos históricos e culturais, como a canalização do córrego da Anhaia Mello, há quase vinte anos atrás, e, muitas vezes, as antigas festas de Nossa Senhora de Fátima, quando muitos portugueses acampavam nos arredores da igreja, entre os dias doze e treze de maio. À noite, os fiéis soltavam uma miríade de rojões e fogos de artifício que davam à festa a alcunha de "Dia dos Fogos".

Francisca Frias sempre foi independentemente atuante na comunidade de Sapopemba e Jardim Grimaldi, tanto que foi convidada a integrar a Sociedade de Amigos do Bairro, já que buscava melhorias na região desde muito antes da criação da sociedade. Francisca já lutou por muitas causas, escolas, bibliotecas, praças, lombadas, calçadas, podas de árvores, e a mais recente, o pedido da comunidade pela construção de um Posto de Saúde próximo à biblioteca Gilberto Freyre.

Entre os anos de 86 e 89, o prefeito da cidade de São Paulo era Jânio Quadros, e a Praça Eugênio Aquino Pasquale foi murada, e lá dentro eram estacionados máquinas e tratores da prefeitura. Francisca reclamou, que estava perigoso, que assaltantes se escondiam dentro da praça, atrás do muro, e, ela conta, a prefeitura nada fez. Então, equipados com pás e picaretas, Francisca e muitos outros moradores de Sapopemba e do Jardim Grimaldi botaram o muro abaixo.

Até hoje Francisca está lá, lembrando do passado e prevendo o futuro, que ela e suas colegas ajudam a construir. Podemos ter certeza de que a comunidade, Francisca, Diva e Helena não vão sossegar enquanto houver uma causa pela qual lutar em prol do Sapopemba.

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