FIQUE POR DENTRO
quinta-feira, 16 de outubro de 2025
CPMI do INSS pega fogo: governistas barram prisão e convocação de aliados de Lula!
A sessão desta quinta-feira da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS foi marcada por novos depoimentos, votações polêmicas e embates entre governistas e oposição.
Durante a reunião, os parlamentares ouviram o depoimento de Cícero Marcelino de Souza Santos, apontado como prestador de serviços da Conafer. Ele admitiu ter aberto diversas empresas para atender a entidade, mas afirmou não ter vínculo formal com ela. Documentos apresentados à CPMI, porém, indicam que empresas ligadas a ele e à sua esposa movimentaram grandes valores associados a contratos da Conafer.
Além do depoimento, a CPMI votou uma série de requerimentos. Entre os mais polêmicos, os governistas barraram a convocação de Frei Chico, irmão do presidente Lula e vice-presidente do Sindnapi, por 19 votos a 11, e rejeitaram o pedido de prisão preventiva de Milton Baptista, presidente do Sindnapi, por 18 votos a 13.
Outros requerimentos – como os de quebra de sigilo bancário e fiscal do ex-ministro Carlos Lupi – foram retirados da pauta após acordo entre os líderes partidários.
Por outro lado, os parlamentares aprovaram:
A quebra de sigilo de empresas suspeitas de envolvimento nos contratos investigados;
As convocações de Alan Santos, diretor da Dataprev; Lenilson Queiroz, ouvidor do INSS; e Philipe Roters Coutinho, ex-agente da Polícia Federal.
Também foi aprovado o envio de recomendações à CGU e ao STF para afastamento de dirigentes de sindicatos e empresas envolvidos nos casos em apuração.
O presidente da CPMI, senador Carlos Viana, fez duras críticas à Advocacia-Geral da União (AGU), acusando-a de defender no STF a continuidade dos descontos indevidos nos benefícios de aposentados e pensionistas. Segundo Viana, a postura da AGU “abre brechas para que autoridades escapem da responsabilização”.
Ele reafirmou que a CPMI seguirá investigando quem realmente se beneficiou com o esquema de descontos fraudulentos e que o relatório final trará provas robustas e nomes de responsáveis.
terça-feira, 14 de outubro de 2025
Sarau 60+ do Itaquerendo Folia celebra a vida e a arte no Espaço Viva Arouche com homenagem ao Maestro Adylson Godoy
No último domingo, 12 de outubro de 2025, o Espaço Viva Arouche, no centro de São Paulo, foi palco de uma tarde repleta de emoção, música e homenagens durante o Sarau 60+ do Itaquerendo Folia. O encontro reuniu artistas, intelectuais e representantes da cultura paulistana em um evento que valorizou a trajetória de quem ajudou a construir a história musical e artística do país.
O homenageado da noite foi o pianista e maestro Adylson Godoy, ícone da música brasileira, reverenciado por sua carreira brilhante e influência nas gerações seguintes de músicos. Com sua presença carismática e talento inconfundível, Godoy encantou o público em momentos de pura emoção ao piano.
O Buffet ficou por conta da Chef Ruth Ameida, que serviu um Petit Fours regado à famosa "Cajuína", bebida tradicional da casa.
Entre as apresentações, destacaram-se as cantoras Jane Lopes, Alexandra Mota e Claudia Souza, que levaram ao palco interpretações marcantes e cheias de sensibilidade. Além de cantora, Alexandra Mota é autora do livro “Várias Formas do Enfermeiro Trabalhar Fora do Hospital”, obra que reflete sua trajetória multifacetada entre a arte e a área da saúde.
O presidente do Itaquerendo Folia, o escritor J. Ivo, emocionou-se ao lado do jornalista Maurício Coutinho, ao falar sobre o significado do evento.
“Homenagear em vida é um gesto de amor e respeito. Essas pessoas merecem nosso aplauso e reconhecimento agora, enquanto podem sentir o carinho do público”, afirmou J. Ivo, sob aplausos calorosos.
A anfitriã e gestora do Espaço Viva Arouche, Luciene Weiland, também teve um papel especial na noite. Além de contar um pouco sobre a história e o propósito do espaço — que se tornou um importante ponto de encontro cultural no coração de São Paulo —, Luciene mostrou seu talento como cantora em um improviso acompanhado ao piano pelo Maestro Adylson Godoy, criando um dos momentos mais emocionantes do sarau.
O Sarau 60+ vem se firmando como uma ação de valorização da maturidade criativa, promovendo a integração entre gerações e dando visibilidade a artistas seniores. O evento terminou em clima de confraternização, com o público compartilhando abraços, sorrisos e a certeza de que celebrar a vida e a arte é o melhor caminho para manter viva a cultura brasileira.
Entre as apresentações, destacaram-se as cantoras Jane Lopes, Alexandra Mota e Claudia Souza, que levaram ao palco interpretações marcantes e cheias de sensibilidade. Além de cantora, Alexandra Mota é autora do livro “Várias Formas do Enfermeiro Trabalhar Fora do Hospital”, obra que reflete sua trajetória multifacetada entre a arte e a área da saúde.
O presidente do Itaquerendo Folia, o escritor J. Ivo, emocionou-se ao lado do jornalista Maurício Coutinho, ao falar sobre o significado do evento.
“Homenagear em vida é um gesto de amor e respeito. Essas pessoas merecem nosso aplauso e reconhecimento agora, enquanto podem sentir o carinho do público”, afirmou J. Ivo, sob aplausos calorosos.
A anfitriã e gestora do Espaço Viva Arouche, Luciene Weiland, também teve um papel especial na noite. Além de contar um pouco sobre a história e o propósito do espaço — que se tornou um importante ponto de encontro cultural no coração de São Paulo —, Luciene mostrou seu talento como cantora em um improviso acompanhado ao piano pelo Maestro Adylson Godoy, criando um dos momentos mais emocionantes do sarau.
O Sarau 60+ vem se firmando como uma ação de valorização da maturidade criativa, promovendo a integração entre gerações e dando visibilidade a artistas seniores. O evento terminou em clima de confraternização, com o público compartilhando abraços, sorrisos e a certeza de que celebrar a vida e a arte é o melhor caminho para manter viva a cultura brasileira.
quinta-feira, 2 de outubro de 2025
INSTITUTO FOGANHOLI DÁ DICAS DE COMO CUIDAR DOS PULMÕES
Bronquite: Cuide dos seus Pulmões!
A bronquite é a inflamação dos brônquios, os canais que levam o ar até os pulmões. Pode ser aguda (normalmente causada por infecções) ou crônica (associada ao tabagismo, poluição e outras condições respiratórias).
👉 Por que é importante tratar a bronquite?
Evita crises de tosse e falta de ar
Reduz o risco de pneumonia e outras infecções
Melhora a qualidade de vida e o sono
Protege a saúde dos pulmões a longo prazo
⚠️ Sintomas comuns:
Tosse persistente (com ou sem catarro)
Falta de ar
Chiado no peito
Cansaço frequente
🧪 Exames importantes para diagnóstico e acompanhamento:
✔️ Espirometria – avalia a função pulmonar
✔️ Radiografia de tórax – identifica inflamações e infecções
✔️ Exames de sangue – ajudam a detectar infecções
✔️ Testes de alergia – quando há suspeita de bronquite alérgica
✨ Prevenir é essencial: evite fumar, mantenha ambientes ventilados, lave bem as mãos, vacine-se contra a gripe e faça acompanhamento médico regular.
➡️ No Instituto Foganholi você encontra exames acessíveis e atendimento para cuidar da sua saúde respiratória.
(11) 4748-3378 / (11) 95920-8501 (WhatsApp)
https://institutofoganholi.com.br/
#Bronquite #SaudeRespiratoria #InstitutoFoganholi #Prevencao #CuidarÉViver
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Que tal uma massagem para ativar a circulação?
sexta-feira, 26 de setembro de 2025
Grupo GR promove mutirão de empregos neste sábado
Neste sábado 27/9, o Grupo GR promove um mutirão de empregos na sede da empresa – Rua Frei Caneca, 71, próximo do metrô Higienópolis – e no polo de atendimento da zona sul – Avenida Mário Lopes Leão, 406, Santo Amaro. Na ocasião, serão oferecidas vagas para vigilante, controlador de acesso, auxiliar de limpeza, vigia, porteiro, auxiliar de serviços gerais, auxiliar de manutenção, mensageiro e recepcionista.
Os interessados devem comparecer entre às 8h30 e 11h30, na sede da Frei Caneca, e das 9 às 13 horas, no Polo da zona sul, munidos de documentos pessoais. Os processos seletivos do Grupo GR são gratuitos e todas as vagas para o regime CLT. Mais informações sobre oportunidades de emprego podem ser obtidas pelo site www.grupogr.com.br, no ícone Trabalhe Conosco.
Sobre o Grupo GR
O Grupo GR é referência nacional na prestação de serviços especializados de Segurança Patrimonial, Portaria, Controle de Acesso, Bombeiro Civil, Recepção, Limpeza, Segurança Eletrônica e atende condomínios (residenciais e comerciais), indústrias, hospitais, shopping centers, instituições de ensino, sites logísticos, redes de lojas, construtoras, facilities e empresas de vários segmentos em todo o Brasil. Atuante no mercado desde 1992, possui sede na capital paulista.
quarta-feira, 10 de setembro de 2025
O significado da possível prisão de um ex-presidente
A possível prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro não se limita ao aspecto jurídico. O debate envolve o respeito às garantias constitucionais, a percepção internacional sobre o Brasil e até a credibilidade do país no mercado global.
Do ponto de vista constitucional, o desafio é assegurar que o processo respeite pilares como a presunção de inocência, o devido processo legal e a imparcialidade judicial. Em democracias maduras, a responsabilização de ex-chefes de Estado deve ocorrer sem ceder a pressões políticas ou à espetacularização midiática. Caso contrário, corre-se o risco de enfraquecer o próprio Estado de Direito.
Sob a ótica internacional, a prisão de ex-presidentes costuma gerar cautela. Mais do que a legalidade, pesa a simbologia, parceiros estrangeiros interpretam tais decisões como sinais de instabilidade institucional. Isso repercute diretamente em diplomacia, investimentos e confiança externa. Estados Unidos e União Europeia acompanham de perto porque sabem que previsibilidade jurídica é condição essencial para negócios e cooperação.
Nesse cenário, a questão não é apenas se Bolsonaro deve ou não ser preso, mas como o processo será conduzido. Se respeitar estritamente a Constituição e padrões internacionais, reforçará a democracia. Se for marcado por pressões políticas, poderá custar caro à credibilidade do Brasil.
O que está em jogo vai além de um ex-presidente, é a imagem de um país capaz ou não de aplicar a lei sem comprometer sua legitimidade constitucional e sua estabilidade internacional.
Por Francisco Nascimento, professor de Direito Constitucional e Internacional da Estácio.
Francisco Nascimento, professor de Direito Constitucional e Internacional da Estácio
Foto de divulgação.
quarta-feira, 6 de agosto de 2025
O Apagão da Democracia: Senado desliga luzes para calar parlamentares da direita
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Senadores resistem na escuridão |
Em um episódio vergonhoso para a história do Senado Federal, um ato autoritário e sem precedentes foi protagonizado pela presidência da Casa ao ordenar o desligamento das luzes do plenário durante uma transmissão ao vivo feita por senadores que protestavam contra a inércia do senador Davi Alcolumbre. O motivo da manifestação? A recusa sistemática de Alcolumbre em pautar os pedidos de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
O que deveria ser um espaço sagrado da democracia — a tribuna parlamentar — foi transformado em palco de censura institucional. A ordem de desligar as luzes, claramente direcionada a silenciar uma manifestação legítima de senadores da oposição, é um escárnio à liberdade de expressão e uma afronta direta à população que esses parlamentares representam.
Mesmo diante das trevas impostas pelo comando do Senado, os senadores seguiram firmes, com câmeras e luzes improvisadas, conduzindo a super live que já mobilizava milhares de brasileiros atentos aos graves abusos cometidos por figuras togadas que se julgam acima da Constituição. O senador Magno Malta, um dos participantes da transmissão, foi direto ao ponto: “Se estivéssemos aqui defendendo o ministro, as luzes estariam acesas. Mas como se trata de uma live da direita, sobre as arbitrariedades de Alexandre de Moraes, tentam nos calar na escuridão.”
Essa frase sintetiza a gravidade do momento. O Senado brasileiro, que deveria ser um bastião da pluralidade de ideias e da defesa do Estado Democrático de Direito, tem se transformado em cúmplice da perseguição política, da censura e do silêncio seletivo. A presidência da Casa, ao invés de garantir o livre debate, escolheu o caminho mais mesquinho e antidemocrático: desligar as luzes, como quem tenta apagar uma chama que insiste em iluminar os abusos do poder.
O que deveria ser um espaço sagrado da democracia — a tribuna parlamentar — foi transformado em palco de censura institucional. A ordem de desligar as luzes, claramente direcionada a silenciar uma manifestação legítima de senadores da oposição, é um escárnio à liberdade de expressão e uma afronta direta à população que esses parlamentares representam.
Mesmo diante das trevas impostas pelo comando do Senado, os senadores seguiram firmes, com câmeras e luzes improvisadas, conduzindo a super live que já mobilizava milhares de brasileiros atentos aos graves abusos cometidos por figuras togadas que se julgam acima da Constituição. O senador Magno Malta, um dos participantes da transmissão, foi direto ao ponto: “Se estivéssemos aqui defendendo o ministro, as luzes estariam acesas. Mas como se trata de uma live da direita, sobre as arbitrariedades de Alexandre de Moraes, tentam nos calar na escuridão.”
Essa frase sintetiza a gravidade do momento. O Senado brasileiro, que deveria ser um bastião da pluralidade de ideias e da defesa do Estado Democrático de Direito, tem se transformado em cúmplice da perseguição política, da censura e do silêncio seletivo. A presidência da Casa, ao invés de garantir o livre debate, escolheu o caminho mais mesquinho e antidemocrático: desligar as luzes, como quem tenta apagar uma chama que insiste em iluminar os abusos do poder.
É preciso dizer com todas as letras: o ato de apagar as luzes do plenário durante uma manifestação de senadores é simbólico — e sinistro. Representa o apagão institucional que vivemos. Quando aqueles que deveriam ser guardiões da democracia preferem a sombra do silêncio à luz da verdade, não estamos diante apenas de uma omissão, mas de um conluio.
O presidente do Senado deve explicações à Nação. O Senado não é propriedade de Davi Alcolumbre nem está a serviço de proteger ministros acusados de ultrapassar os limites constitucionais. A Casa pertence ao povo brasileiro e deve zelar pela transparência, pelo debate público e pela defesa da legalidade.
A tentativa de apagar uma live não apagará a indignação crescente da sociedade. Pelo contrário: a imagem dos senadores falando no escuro, com a luz das câmeras como única fonte de resistência, entra para a história como símbolo da coragem diante da covardia e da luz diante das trevas institucionais.
Não há mais espaço para neutralidade cúmplice. Ou se está ao lado da democracia e da Constituição, ou se está ao lado dos que pretendem governar o país à base de mordaça, censura e escuridão. O Senado precisa escolher de que lado da história quer estar — antes que reste apenas o breu.
Por: Claudia Souza
sexta-feira, 1 de agosto de 2025
Sistema previdenciário: um vazamento silencioso - Marco Bertaiolli
*Marco Bertaiolli
O sistema previdenciário, que deveria ser um pilar de proteção social para aqueles que dedicaram sua vida ao trabalho, tem revelado fragilidades preocupantes. Entre elas, destaca-se o modelo de descontos em folha de pagamento, originalmente concebido como um instrumento para facilitar o acesso ao crédito com maior segurança e menores taxas de juros. Contudo, na prática, essa modalidade tem se convertido em um mecanismo que, inadvertidamente, compromete a dignidade e o sustento dos aposentados, especialmente daqueles em idade avançada. Um cenário alarmante de falhas e irregularidades.
Essa é uma das tristes constatações da Auditoria Extraordinária realizada pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, da qual fui relator enquanto Conselheiro da egrégia Corte, que examinou detalhadamente os 219 Institutos de Previdência do Estado. O resultado do exaustivo trabalho dos servidores do Tribunal expõe não apenas vulnerabilidades administrativas, mas também evidenciam a grave exposição dos aposentados a práticas que comprometem sua segurança financeira e dignidade, exigindo, com máxima urgência, medidas corretivas contundentes.
Só no mês de dezembro de 2024, os 218 Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) do Estado e a SPPrev descontaram a quantia de R$ 519 milhões de pensionistas e aposentados. Mas apenas 105 dos RPPS possuem meios formais que lastreiam esses descontos, expondo uma extrema frouxidão legal.
Da mesma forma, das 845 entidades consignatárias auditadas nesse trabalho do TCESP, só um pouco mais da metade (57,17%) possui todas as autorizações para os descontos em folha de pagamento dos aposentados ou pensionistas. Ou seja, há uma boa fração do universo de 727 mil pensionistas e aposentados do Estado de São Paulo, sob os RPPS e a SPPrev, sendo atingida por um vazamento silencioso e tóxico.
A ampliação indiscriminada da autorização para descontos em folha, que ultrapassou o âmbito das instituições financeiras e bancos, inclui hoje associações, sindicatos, planos de saúde, convênios odontológicos e múltiplos outros convênios. Essa falta de controle e transparência agrava a vulnerabilidade dos aposentados, colocando-os à mercê de débitos que muitas vezes desconhecem ou não consentiram.
O cenário se torna ainda mais preocupante ao considerarmos os beneficiários em idade avançada — acima de 80 anos — que enfrentam limitações naturais para acompanhar o universo digital, checar seus contracheques e identificar as razões de cada desconto. Pequenos valores, muitas vezes inferiores a R$ 20 ou R$ 30, são descontados de maneira contínua, dificultando sua percepção e, consequentemente, a tomada de providências. A repetição desses débitos resulta em significativa redução da renda mensal, impactando diretamente na qualidade de vida do aposentado.
Ademais, muitos desses beneficiários carecem de condições físicas, cognitivas ou mesmo de mobilidade para formalizar reclamações ou esclarecer dúvidas acerca dos descontos realizados. A inexistência de canais eficazes de ouvidoria e atendimento, ativos e acessíveis, nas instituições de Previdência reforça a sensação de desamparo e aumenta o risco de perpetuação dessas práticas lesivas.
Diante dessa realidade, impõe-se uma reflexão crítica acerca do modelo vigente: será que o atual sistema de descontos em folha realmente lhes presta serviço, ou representa, na prática, uma fonte de prejuízo e insegurança?
A minha recomendação é a adoção da autenticação biométrica como requisito mínimo de segurança e validação das transações. Essa medida poderia fortalecer o controle individual do aposentado sobre suas finanças, reduzindo a ocorrência de fraudes e prevenindo autorizações indevidas por terceiros, que chegam a contrair empréstimos ou contratar serviços em nome do beneficiário sem o seu consentimento.
Essa auditoria do TCESP, inédita em escopo e profundidade, com a participação de 226 servidores do Tribunal que auditaram, in loco, todos os RPPSs ativos no Estado, é um ponto de inflexão na forma como se fiscalizam os regimes próprios de Previdência.
É imperativo, portanto, que o sistema previdenciário seja revisado e aprimorado, colocando-se em primeiro plano a proteção dos direitos e da dignidade dos aposentados, assegurando-lhes transparência, segurança e respeito. O compromisso institucional deve ser firme e inequívoco na defesa daqueles que, ao longo de sua vida, contribuíram para o desenvolvimento social e econômico do país.
É Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo
O sistema previdenciário, que deveria ser um pilar de proteção social para aqueles que dedicaram sua vida ao trabalho, tem revelado fragilidades preocupantes. Entre elas, destaca-se o modelo de descontos em folha de pagamento, originalmente concebido como um instrumento para facilitar o acesso ao crédito com maior segurança e menores taxas de juros. Contudo, na prática, essa modalidade tem se convertido em um mecanismo que, inadvertidamente, compromete a dignidade e o sustento dos aposentados, especialmente daqueles em idade avançada. Um cenário alarmante de falhas e irregularidades.
Essa é uma das tristes constatações da Auditoria Extraordinária realizada pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, da qual fui relator enquanto Conselheiro da egrégia Corte, que examinou detalhadamente os 219 Institutos de Previdência do Estado. O resultado do exaustivo trabalho dos servidores do Tribunal expõe não apenas vulnerabilidades administrativas, mas também evidenciam a grave exposição dos aposentados a práticas que comprometem sua segurança financeira e dignidade, exigindo, com máxima urgência, medidas corretivas contundentes.
Só no mês de dezembro de 2024, os 218 Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) do Estado e a SPPrev descontaram a quantia de R$ 519 milhões de pensionistas e aposentados. Mas apenas 105 dos RPPS possuem meios formais que lastreiam esses descontos, expondo uma extrema frouxidão legal.
Da mesma forma, das 845 entidades consignatárias auditadas nesse trabalho do TCESP, só um pouco mais da metade (57,17%) possui todas as autorizações para os descontos em folha de pagamento dos aposentados ou pensionistas. Ou seja, há uma boa fração do universo de 727 mil pensionistas e aposentados do Estado de São Paulo, sob os RPPS e a SPPrev, sendo atingida por um vazamento silencioso e tóxico.
A ampliação indiscriminada da autorização para descontos em folha, que ultrapassou o âmbito das instituições financeiras e bancos, inclui hoje associações, sindicatos, planos de saúde, convênios odontológicos e múltiplos outros convênios. Essa falta de controle e transparência agrava a vulnerabilidade dos aposentados, colocando-os à mercê de débitos que muitas vezes desconhecem ou não consentiram.
O cenário se torna ainda mais preocupante ao considerarmos os beneficiários em idade avançada — acima de 80 anos — que enfrentam limitações naturais para acompanhar o universo digital, checar seus contracheques e identificar as razões de cada desconto. Pequenos valores, muitas vezes inferiores a R$ 20 ou R$ 30, são descontados de maneira contínua, dificultando sua percepção e, consequentemente, a tomada de providências. A repetição desses débitos resulta em significativa redução da renda mensal, impactando diretamente na qualidade de vida do aposentado.
Ademais, muitos desses beneficiários carecem de condições físicas, cognitivas ou mesmo de mobilidade para formalizar reclamações ou esclarecer dúvidas acerca dos descontos realizados. A inexistência de canais eficazes de ouvidoria e atendimento, ativos e acessíveis, nas instituições de Previdência reforça a sensação de desamparo e aumenta o risco de perpetuação dessas práticas lesivas.
Diante dessa realidade, impõe-se uma reflexão crítica acerca do modelo vigente: será que o atual sistema de descontos em folha realmente lhes presta serviço, ou representa, na prática, uma fonte de prejuízo e insegurança?
A minha recomendação é a adoção da autenticação biométrica como requisito mínimo de segurança e validação das transações. Essa medida poderia fortalecer o controle individual do aposentado sobre suas finanças, reduzindo a ocorrência de fraudes e prevenindo autorizações indevidas por terceiros, que chegam a contrair empréstimos ou contratar serviços em nome do beneficiário sem o seu consentimento.
Essa auditoria do TCESP, inédita em escopo e profundidade, com a participação de 226 servidores do Tribunal que auditaram, in loco, todos os RPPSs ativos no Estado, é um ponto de inflexão na forma como se fiscalizam os regimes próprios de Previdência.
É imperativo, portanto, que o sistema previdenciário seja revisado e aprimorado, colocando-se em primeiro plano a proteção dos direitos e da dignidade dos aposentados, assegurando-lhes transparência, segurança e respeito. O compromisso institucional deve ser firme e inequívoco na defesa daqueles que, ao longo de sua vida, contribuíram para o desenvolvimento social e econômico do país.
É Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo
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