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Governador Geraldo Alckmin visita Centro de Estudos de Línguas (CELs) e anuncia a criação de mais 142 unidades no Estado
foto: Cris Castello Branco |
Serão investidos R$ 13 milhões na expansão das unidades, contemplando também municípios com população inferior a 50 mil habitantes
O governador Geraldo Alckmin anunciou nesta sexta-feira, 19, o investimento de R$ 13 milhões para a expansão dos Centros de Estudos de Línguas (CELs) da rede estadual de ensino. A medida possibilitará a criação de mais 142 unidades, ampliando o número de centros dos atuais 106 para 248 em todo o Estado, contemplando também cidades com população inferior a 50 mil habitantes. Dessa forma, o programa aumentará de 60 mil para 100 mil o total de alunos beneficiados, que terão a oportunidade de aprender gratuitamente um novo idioma.
"São estudos de línguas em seis possibilidades: inglês, espanhol, francês, italiano, alemão e japonês. E estamos estudando a possibilidade do mandarim, porque a língua chinesa será cada vez mais importante. A criança e o adolescente aprendem com muito mais facilidade uma segunda língua. Eles vão ter muito mais facilidade no vestibular e na hora de conseguir um emprego", afirmou o governador.
O início das aulas nos novos CELs deve ocorrer ao longo deste semestre. A partir da próxima segunda-feira, 22, os estudantes interessados podem se inscrever nos centros mais próximos de suas casas. A lista das novas unidades do programa consta no Diário Oficial do Estado desta sexta-feira e a relação de todos os centros pode ser consultada no portal da Secretaria da Educação (www.educacao.sp.gov.br).
Podem se cadastrar estudantes a partir do 7º ano do Ensino Fundamental e de todo Ensino Médio. Para matricular-se, o interessado deve procurar uma escola que mantenha um CEL, munido de atestado de matrícula, e optar pelo idioma que deseja cursar.
"É importante que os alunos da rede estadual tenham uma perspectiva do mundo e do conhecimento que extrapole não somente o âmbito de sua comunidade, mas também de seu próprio País. Essa abertura de horizontes é um dos principais fatores para a valorização de nossos jovens no mundo da cultura e do trabalho", disse o secretário da Educação, professor Herman Voorwald, que também participou do evento.
O anúncio da expansão do programa foi feito na Escola Estadual Alexandre de Gusmão, no bairro do Ipiranga, onde se encontra um dos 20 CELs em atividade na capital. Atualmente, a rede também dispõe de outros 18 nos demais municípios da Região Metropolitana e 68 no interior, todos em cidades com população superior a 50 mil habitantes. Para manutenção dessas unidades, o Governo do Estado investe R$ 19,5 milhões, uma média de R$ 327 por aluno. Somando os novos centros, serão 28 unidades na capital, 33 na Região Metropolitana e 187 no interior e litoral, que totalizarão um investimento de R$ 33 milhões no programa.
Bons Resultados
As taxas de desempenho dos estudantes nos cursos são consideradas muito positivas pelos especialistas. No ano passado, o índice de aprovação foi de 81,6%. André do Vale Oliveira, 18 anos, por exemplo, se formou nos cursos de espanhol e alemão no CEL da Escola Estadual Estevam Ferri, em São José dos Campos. No fim do curso de alemão, o estudante se classificou no exame de proficiência internacional, denominado FIT, promovido pelo Instituto Goethe, em São Paulo, no final de 2010, e ganhou uma bolsa de estudos na Alemanha.
O aluno acaba de voltar do País, onde fez um curso intensivo do idioma, além de passeios e viagens durante um período de 20 dias. André considera um importante diferencial falar os dois idiomas, principalmente alemão, e acredita que os cursos abriram e abrirão muitas portas.
"O CEL é um projeto excelente, que me ajudou bastante. Estudei duas línguas e ter conhecimento de uma delas me levou à Alemanha. Nos cursos pude aprender e na viagem aperfeiçoei a fala, tanto que consigo conversar com um nativo", afirma entusiasmado o estudante que, inclusive, diz ter praticado também o espanhol em sua estada na Alemanha.
André reitera que não teria recursos para estudar as línguas se tivesse que pagar pelos cursos. "Fico satisfeito com essa ampliação dos CELs, pois muitos alunos como eu terão oportunidade de aprender outros idiomas", conclui o aluno, que pretende continuar os estudos.
O programa
O Centro de Estudos de Línguas foi criado originalmente em agosto de 1987, em princípio para oferecer curso gratuito de espanhol aos alunos da rede estadual no contraturno das aulas regulares. Posteriormente, passou por nova regulação, que ampliou a oferta de idiomas. Hoje, os centros também ministram cursos de inglês, italiano, francês, alemão e japonês.
Para isso, a Secretaria conta com a parceria de instituições acadêmicas e culturais, nacionais e estrangeiras, além de representações diplomáticas, como o Departamento de Letras Modernas da Universidade de São Paulo (USP), a Embaixada da Espanha, o Colégio Miguel de Cervantes, o Consulado Geral da França, o Consulado Geral da Itália, o Instituto Goethe, o Consulado Geral do Japão e a Associação Cultura Inglesa, entre outras.
Os CELs estão instalados em escolas da rede, em todo o Estado, situadas em locais de fácil acesso, com espaço físico adequado aos cursos e com horário de funcionamento que assegure o atendimento ao aluno que trabalha. Eles têm funcionamento próprio, independente da escola que os acolhem, e recebem apoio técnico-pedagógico de um conselho coordenador constituído por diretores das escolas atendidas pela unidade, por professores de línguas estrangeiras e por representantes de alunos.
O programa tem por objetivo propiciar a estudantes oportunidades extras de desenvolvimento de expressão em língua estrangeira, com enriquecimento curricular e acesso a outras culturas, além de oferecer a eles habilidades para inserção no mercado de trabalho e ferramentas que os auxiliarão por toda a vida.
O idioma espanhol é o mais procurado pelos estudantes, contando em 2011 com 42.662 alunos; por ordem de preferência, vem em seguida o inglês, com 8.137 alunos, o francês, com 4.358 alunos, o italiano, com 2.162 alunos, o alemão, com 1.578 alunos, e o japonês, com 835.
Com exceção do curso de inglês, que tem duração de um ano, divido em dois semestres de 120 horas de aula cada um, os demais cursos têm duração de três anos, em módulos de seis semestres, com duração total de 480 horas. São ministradas quatro aulas semanais de 50 minutos de duração, em diferentes horários para facilitar o comparecimento dos alunos que trabalham.