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quinta-feira, 11 de junho de 2015

Intenção de consumo das famílias paulistanas desaba em maio e atinge a menor pontuação desde janeiro de 2010

Segundo a FecomercioSP, a tendência para os próximos meses ainda é negativa e o indicador deve continuar em queda

São Paulo, 01 de junho de 2015 - A atual crise está refletindo nas condições econômicas das famílias. É o que mostra o Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), que continua em queda livre e, em maio, apresentou retração de 10,2% em relação a abril - a sétima consecutiva na comparação mensal - atingindo 89,9 pontos, o pior nível histórico desde janeiro de 2010. No comparativo anual, a baixa foi ainda maior, de -20,8%.
Apurado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o indicador varia de zero a 200 pontos, no qual abaixo de cem pontos significa insatisfação, e acima de cem pontos, satisfação em relação às condições de consumo.
Para a Federação, o cenário ruim para o consumo é evidenciado pelos números da poupança, que em abril apresentou os piores índices da história. Os saques superaram os depósitos em R$ 5,8 bilhões, e isso significa que as famílias recorreram a ela para uma ajuda no orçamento (que anda bem apertado em razão da alta da inflação e da dificuldade de obter crédito).
A FecomercioSP afirma que há uma tendência negativa para os próximos meses, pois condicionantes do consumo como inflação, crédito e emprego continuam pressionadas, e a falta de perspectiva de melhora da economia mantém o consumidor ainda mais cauteloso.
Itens
É o segundo mês seguido que os sete componentes do ICF apresentaram quedas na comparação mensal e, em maio, todos ficaram nos seus menores patamares já registrados pela pesquisa, iniciada em janeiro de 2010. O indicador Nível de consumo atual recuou 12,4% e atingiu 63,9 pontos - é o 28° mês abaixo dos cem pontos - e segue no patamar mais baixo entre os sete componentes do ICF.
O item Perspectiva de consumo recuou 13,6% em relação a abril e ficou com 73,8 pontos em maio, o que indica que, além de as famílias estarem gastando menos, o consumo deve cair nos próximos meses.
O item Acesso ao crédito passou de 115,3 para 100,6 pontos entre abril e maio, baixa de 12,8%, demonstrando uma significativa redução sobre a percepção da facilidade de obter financiamentos. Renda atual retraiu 7,8% no mesmo período e atingiu 106,2 pontos. Os indicadores Emprego atual (111,1 pontos) e Perspectiva profissional (107,4 pontos) recuaram 8,1% e 5,5%, respectivamente.
Renda
Pela primeira vez, ambas as classes de renda analisadas pelo ICF ficaram abaixo dos cem pontos. O indicador das famílias com renda superior a dez salários mínimos - que já estava na área de insatisfação - recuou 12,1% e marcou 79,5 pontos. Já o índice das famílias com renda abaixo de dez salários mínimos pela primeira vez atingiu menos de cem pontos (93,5) e registrou queda de 9,5% em maio. 

Metodologia
O ICF é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde janeiro de 2010, com dados de 2,2 mil consumidores no município de São Paulo. O ICF é composto por sete itens: Emprego atual; Perspectiva profissional; Renda atual; Acesso ao crédito; Nível de consumo atual; Perspectiva de consumo; e Momento para duráveis. O índice vai de zero a 200 pontos, no qual abaixo de cem pontos é considerado insatisfatório e acima de cem pontos é denotado como satisfatório. O objetivo da pesquisa é ser um indicador antecedente de vendas do comércio, tornando possível, a partir do ponto de vista dos consumidores e não por uso de modelos econométricos, ser uma ferramenta poderosa para o varejo, para os fabricantes, para as consultorias e para as instituições financeiras.
Sobre a FecomercioSP
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) é a principal entidade sindical paulista dos setores de comércio e serviços. Congrega 155 sindicatos patronais e administra, no Estado, o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). A Entidade representa um segmento da economia que mobiliza mais de 1,8 milhão de atividades empresariais de todos os portes. Esse universo responde por 11% do PIB paulista - aproximadamente 4% do PIB brasileiro - e gera em torno de cinco milhões de empregos.

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