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sábado, 13 de fevereiro de 2021

Médico psiquiatra discute os efeitos do discurso fique em casa e o papel de órgãos públicos durante a pandemia


Diretor clínico da Holiste, Luiz Fernando Pedroso, afirma que medidas impostas pelo poder público dificultam o exercício pleno da medicina


O enfrentamento da pandemia representa um desafio inédito para a gestão, em especial, para instituições da área de saúde. Apesar de o cenário crítico ser comum aos negócios, de uma forma geral, o médico psiquiatra Luiz Fernando Pedroso, diretor clínico da Holiste, questiona entraves impostos por órgãos públicos e alerta para as consequências do discurso fique em casa durante a pandemia da Covid-19.

Segundo Pedroso, a atuação dos órgãos estatais diante de uma situação sanitária tão desafiadora foi questionável, pois, ao invés de estabelecerem parcerias com instituições privadas em prol do exercício da medicina e do funcionamento das unidades de saúde, sua atuação contribuiu para o estabelecimento de restrições e entraves. O psiquiatra afirma que, no início da pandemia, fornecedores de equipamentos de proteção individual e outros insumos hospitalares suspenderam importações e entregas diante do confisco de governo e prefeitura.

“Os governos estadual e municipal foram incapazes de procurar a parceria da iniciativa privada, para todo mundo se ajudar. Ao invés disso, ameaçaram intervir, confiscar e desapropriar. Isso é inadmissível! Estou falando como alguém que dirige um hospital, que trata pacientes graves e enfrentou todo tipo de dificuldade para manter um serviço de excelência em saúde mental, essencial nestes tempos de pandemia”, afirma.

O médico contesta, ainda, o papel da Vigilância Sanitária do município que, mesmo diante de todo o investimento da Holiste em segurança e qualidade na prestação de serviços, exigiu a apresentação de uma série de documentos irrelevantes que, segundo Pedroso, não passa de burocracia inoportuna e falta de sensibilidade quanto ao cenário crítico enfrentado no campo da saúde. O médico afirma que esse tipo de ação não visa o bem-estar da população, não traz benefícios práticos, apenas serve de blindagem para agentes públicos e políticos que querem dar uma “satisfação” à opinião pública.

A Holiste, além de adotar medidas sanitárias e de segurança para seu corpo técnico e pacientes (como uso de equipamentos de segurança individual - EPI’s, aplicação de testes rápidos, aferição de temperatura de todos, disponibilização de álcool em gel e suspensão das visitas familiares presenciais), criou um espaço de isolamento e triagem para pacientes que apresentassem os sintomas de coronavírus ou que estivessem iniciando a internação, evitando o acesso de pacientes com Covid-19 ao ambiente de internamento.

Outro aspecto discutido por Luiz Fernando é o discurso do “fique em casa” e seus efeitos a curto e médio prazo. A imposição absoluta das medidas de isolamento social fez, segundo ele, com que o pânico se instaurasse na sociedade e o medo gerado pelas circunstâncias de confinamento trouxe à tona um quadro de desesperança que impactou a saúde mental de toda a população. Além disso, o psiquiatra questiona como os danos econômicos foram menosprezados nessas medidas, levando milhões de pessoas à pobreza e desassistência (pessoas perderam o emprego e o seu plano de saúde).

Mesmo nesse cenário caótico, considerado por ele uma mistura de risco real do vírus e insegurança jurídica provocada pelo Estado, Luiz reforça que a decisão da Holiste foi a de manter as atividades da clínica, tanto para garantir empregos, quanto para não deixar centenas de pacientes com transtornos psiquiátricos e suas famílias, desassistidos. “Esse discurso foi absurdo e agora, a própria Organização Mundial de Saúde (OMS) diz que nunca defendeu o lockdown. Os burocratas querem se eximir da responsabilidade pela pobreza que se alastrou em todo mundo, consequência de seus atos”, pontua Pedroso.

“A Holiste é fruto do empreendedorismo, de luta contra o Estado, de afirmação de ideias. Não posso deixar que a regulamentação de órgãos públicos nos impeça de trabalhar, pois neste tempo de pandemia, salvamos empregos e preservamos a saúde do paciente. Eles deveriam nos procurar não para exigir burocracias, mas para saber como enfrentamos a crise, como preservamos nossa segurança e de nossos pacientes, como poderíamos ajudar o poder público na troca de experiências e como ele poderia nos servir, nos ajudar, e não atrapalhar o processo”, completa o diretor clínico da instituição.

Sobre a Holiste

A Holiste é uma clínica de excelência em saúde mental, que atua há 20 anos no mercado baiano. Na sede principal, localizada em Salvador, funcionam os serviços ambulatorial e de internamento psiquiátrico. A estrutura da clínica conta, ainda, com o Hospital Dia (destinado à ressocialização do paciente) e com a Residência Terapêutica (moradia assistida para pacientes crônicos), ambas unidades localizadas no bairro da Pituba.

A instituição conta com mais de 200 profissionais, um corpo clínico composto por médicos psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, nutricionista, gastrônoma, dentre outros. Para conhecer mais sobre os serviços da Holiste, acesse o site www.holiste.com.br.

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