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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

PILATES E OS CORREDORES SENIORES

À medida que envelhecemos a prática da atividade física se torna ainda mais indispensável. Sabe-se hoje que o corpo humano em envelhecimento é muito mais resiliente do que se acreditava.

Pesquisas mostram que exercitar os músculos, o coração e os pulmões podem nos proteger de muitas enfermidades que acompanham o envelhecimento.

A prática de atividade física pode retardar, porém não impede algumas mudanças inexoráveis com o decorrer dos anos, tornando o corpo mais frágil e mais propenso à lesão.

Para que ocorra um envelhecimento saudável é necessário nos conscientizarmos o quanto antes dessas mudanças e fazermos ajustes necessários em nossos treinos.

Alguns cuidados podem ser tomados para correr menos riscos e manter uma vida mais saudável, continuando com a prática da corrida e com as competições.

Alguns dos efeitos do tempo no sistema músculo-esquelético interferem diretamente na prática da corrida, como a uma perda na flexibilidade e na força, diminuição da massa óssea, desgaste das articulações e perda de equilíbrio.

Com o passar dos anos, o tecido conectivo perde plasticidade fazendo com que os corredores fiquem mais propensos a distensões e rupturas nos músculos, tendões e ligamentos. Isto também afeta a biomecânica do movimento, aumentando a probabilidade de lesão por over use.

Para compensar essa perda, devemos alongar de forma sistemática todas as partes do corpo de forma moderada, com freqüência de três vezes semanais ou de 15 a 20 minutos após a corrida em todos os treinos.

Com relação à massa óssea, perdemos cerca de 10% a cada década, a partir dos 30 ou 40 anos. As articulações de nosso corpo também tendem a sofrer lesões pela degeneração das cartilagens e ficam mais propensas a apresentar osteoartrite.

Correr, com certeza, ajuda a combater essa perda, mas por si só a corrida não supre todas as nossas necessidades de força. Devemos incluir nos treinamentos um programa de força completo para todas as partes do corpo, com uma quantidade de carga não muito alta, porém praticado de forma constante, de duas a três vezes por semana.

O posicionamento adequado das articulações nos exercícios com carga garante o ganho de força sem prejuízo articular.

Outro fator importante é a perda do equilíbrio, que ocorre devido a uma combinação de alguns fatores como a diminuição da percepção sensorial (audição e visão), redução do senso de tato e diminuição da força e do aumento do tempo de reação. Os exercícios apropriados de equilíbrio melhoram a propriocepção (capacidade de saber onde o corpo está e o que está fazendo) e aumentam a força nos pequenos músculos que ajudam a controlar a postura e a estabilidade.

Com o avançar da idade é importante que reconheçamos a importância de modificar os treinos em alguns aspectos: mantendo a intensidade, porém aumentando o tempo de descanso se necessário, diminuindo a quilometragem geral e preocupando-se em manter uma rotina adequada de alongamento e fortalecimento muscular.

Considerando essas questões podemos dizer que a prática regular do Método Pilates constitui-se uma forte aliada no complemento dos treinos de corrida e na prevenção e recuperação das perdas naturais conseqüentes do envelhecimento.

Além de aumentar com segurança a força e o alongamento geral de todas as partes do corpo, aumenta também a densidade óssea, prevenindo e ajudando a tratar a osteoporose.

Melhora a propriocepção com um trabalho constante de estabilização e equilíbrio em bases de apoio reduzidas e instáveis através dos equipamentos especialmente desenvolvidos para a técnica e favorece a melhora da circulação com um trabalho de respiração aliado ao controle e fortalecimento do centro de força (músculos da região abdominal do tronco).

Realizados de forma motivante e desafiadora, os exercícios do método Pilates são aplicados de forma que atendam individualmente as necessidades de cada praticante, estimulam o autoconhecimento, melhoram o controle, equilibrando o corpo e a mente.

Joseph Pilates, exemplo vivo dos benefícios dessa prática, manteve-se forte e flexível até sua morte aos 87 anos. Sua energia e vitalidade comprovam o que ele afirmava em sua filosofia: “A saúde não é apenas uma condição normal, é um dever atingi-la e mantê-la”.



Cristina Abrami é educadora física e diretora técnica do CGPA Pilates www.cgpapilates.com.br

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