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quinta-feira, 30 de julho de 2009

60% das causas de cegueira infantil são evitáveis

Oftalmologista organiza cronologia de problemas de visão que surgem da infância à adolescência para alertar pais e professores

O último levantamento do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) aponta que 43% das crianças cegas no mundo perderam a visão por causas evitáveis ou tratáveis. Os conhecimentos médicos já permitem a prevenção ou o tratamento efetivo de pelo menos 60% das doenças que cegam crianças. "Muitos pais deixam para buscar suporte oftalmológico em estágios avançados de doenças. Os menores sinais podem relevar muito sobre a saúde ocular da criança. O diagnóstico precoce é fundamental para um tratamento efetivo", esclarece o oftalmologista do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB), Mario Jampaulo.

As causas evitáveis são aquelas que podem ser totalmente preveníveis ou tratáveis para preservar a visão da criança. Em todas as etapas da infância, a criança está sujeita ao aparecimento de problemas oftalmológicos e é fundamental a atenção dos pais aos menores sinais de irregularidades.

Mário Jampaulo descreve a seguir, a cronologia das situações irregulares, seus sinais e tratamentos disponíveis para auxiliar a observação dos pais e professores.

Sala do parto - Desde o nascimento, a criança deve passar por exames para identificar algum problema ocular. "Após o parto, todo pediatra deve realizar o teste do olhinho. É lei. O médico foca uma luz em frente ao olho do bebê e verifica se há um reflexo vermelho vindo do fundo do globo ocular do recém-nascido. Se o olho reflete a luz vermelha, o olho da criança está sadio", explica o oftalmologista do HOB. O teste do olhinho denuncia desde catarata congênita, tumores até possíveis alterações embrionárias, completa.

Até 2 anos - Outros sinais, perceptíveis aos pais no dia-a-dia, podem indicar que a saúde ocular do bebê não está bem. Por exemplo, um lacrimejamento excessivo pode sinalizar desde uma obstrução do canal lacrimal até um glaucoma congênito. Os pais devem levar a criança a um oftalmologista para uma avaliação mais criteriosa se observarem esta situação, aconselha Jampaulo.

Entre 2 e 5 anos - Nesta fase da vida, costuma surgir o estrabismo acomodativo. "O estrabismo consiste na diferença de alinhamento entre os olhos e pode afetar a qualidade da visão. Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico, maior o sucesso do tratamento uma vez que o dano causado a visão só é reparado até os oito anos de idade. A partir dessa idade, o sistema neurológico-visual já está desenvolvido e não permite mais correções dessa natureza", esclarece o especialista.

Segundo Jampaulo, o tratamento contra estrabismo é simples e eficaz, inicialmente consiste em tampar o olho sadio para estimular a visão do estrábico. "Além do tampão, dependendo do caso, os oftalmologistas podem recorrer ao uso de óculos e até cirurgia para corrigir os desvios oculares", completa.

Entre 5 e 7 anos - O início da idade escolar também deve servir como referencial para pais e professores ficarem atentos aos problemas de refração que as crianças possam apresentar. "O desinteresse pela aula e a dificuldade de aprendizagem devem servir de alerta aos pais e professores. É muito importante que as instituições de ensino façam avaliações de rotina para identificar possíveis problemas refrativos. Além disso, os pais devem levar as crianças para uma consulta oftalmológica antes do início das aulas. Problemas como miopia (dificuldade para enxergar de longe), hipermetropia (dificuldade para enxergar de perto) e astigmatismo (imagem se forma em mais de um ponto na retina) podem afetar o desempenho escolar das crianças", alerta Jampaulo.

Entre 13 e 20 anos - Durante a pré-adolescência e a puberdade, as pessoas estão mais sujeitas ao aparecimento do ceratocone, irregularidade que acomete uma a cada duas mil pessoas. "O ceratocone é uma irregularidade não-inflamatória, às vezes estimulada pelo hábito de coçar os olhos em excesso levando a córnea a sofrer mudanças em sua estrutura, obtendo o formato de cone", explica o médico.

Segundo Jampaulo, os sintomas do ceratocone muitas vezes não são percebidos. "O adolescente não sente dor ou sequer lacrimeja, mas apresenta uma forte sensibilidade à luz e uma baixa qualidade de visão, mesmo utilizando óculos", esclarece. O ceratocone não tem cura nem a córnea volta a seu estado original, mas os tratamentos disponíveis conseguem corrigir os altos graus de astigmatismo, estabilizar o problema e reduzir a deformidade da córnea. "Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, mais eficaz é o tratamento", salienta o médico.

Astigmatismo, hipermetropia e miopia também ocorrem com freqüência nesta faixa etária.
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