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domingo, 26 de abril de 2009

Aparelho auditivo com carregador solar chega ao mercado com preços populares

Deficientes auditivos poderão reduzir drasticamente o gasto com baterias para seus aparelhos auditivos.

Em 27/04 foi inaugurado em São Paulo o projeto Solar Ear, primeiro aparelho auditivo digital recarregável do Brasil, que será vendido a preço popular. O produto será comercializado em toda a América Latina e permitirá a inclusão social de milhares de deficientes, principalmente crianças e jovens, que poderão freqüentar as escolas e ter acesso à educação.
A iniciativa é fruto de uma parceria entre o Instituto Cefac (http://www.institutocefac.org.br/), a Fundação Lemelson e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas da Universidade de São Paulo ( http://www.ipt.br/) e ainda conta com o apoio da ASHOKA ( http://www.ashoka.org.br/) e da Legar Consultoria em Desenvolvimento Social (http://www.legar.com.br/).
Inclusão Social
A montagem dos aparelhos auditivos e do carregador solar de baterias será realizada por jovens surdos brasileiros. Eles receberão treinamento durante 90 dias, de três deficientes auditivos africanos, funcionários da Godisa, ONG que desenvolveu projeto semelhante na África. Os três chegarão ao Brasil no próximo dia 25, com a missão de acompanhar e dar suporte para que o aparelho seja produzido. O grupo contará com o suporte do engenheiro Marcos Yamanaka, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas da USP durante o período de treinamento no Brasil. Vinte profissionais participarão das atividades sendo que 10 serão empregados e os outros 10 receberão certificação de capacitação em microsoldagem eletrônica.
Sustentabilidade
Por meio do desenvolvimento de tecnologias de custo acessível para a região e da geração de empregos, programas de capacitação e de educação para surdos, o Solar Ear é um empreendimento profissional sustentável e afetará a visão da sociedade civil sobre as habilidades das pessoas com deficiência. O Solar Ear conseguiu um apoio financeiro de 1 milhão de reais da fundação americana Lemelson, 400 mil reais e uma casa do Instituto Cefac para sediar a produção e foi selecionado entre os dez melhores pelo concurso Generosidade da Editora Globo.
Mercado
Além do usuário final, o Solar Ear também poderá ser vendido ao SUS – Sistema Único de Saúde e às ONGs internacionais. A expectativa é que nos primeiros meses, 20 mil aparelhos auditivos, 30 mil carregadores solares e mais de 100 mil baterias recarregáveis sejam vendidas. O dinheiro arrecadado será investido no desenvolvimento de novas tecnologias baseadas em energia solar, contratação de outros profissionais surdos e programas de educação para pessoas portadoras de deficiências.
A previsão de vendas para os cinco primeiros anos é de 300 mil aparelhos e 600 mil baterias recarregáveis, com a contratação de 100 trabalhadores com deficiência.O processo de registro dos produtos na Anvisa começou em setembro de 2008 e a previsão é que ele esteja concluído até agosto deste ano. Por este motivo, as vendas serão iniciadas pela América Latina.
Inovação e tecnologia brasileira
Quanto mais profunda é a perda auditiva, mais potência é exigida do aparelho, provocando um consumo maior de baterias. Para se ter uma idéia, uma bateria que dura uma semana custa, em média, quatro reais e nem sempre ela é encontrada em lugares distantes das capitais, além de ser um problema na hora do descarte.
Com a tecnologia do carregador solar desenvolvida em Botsuana e aprimorada no Brasil pelo IPT (USP), mesmo em dias de chuva é possível ter baterias cheias graças à energia de lâmpadas comuns. Mas a melhor notícia é que as baterias carregáveis com energia solar evitam o gasto semanal de quatro reais por aparelho (normalmente as pessoas usam dois), além de eliminarem a possibilidade de baterias acumuladas no lixo – a estimativa é de 175 milhões de unidades descartadas anualmente no mundo. É importante ressaltar que quem usa hoje pilhas em aparelho convencional poderá utilizar o carregador solar, que será vendido separadamente. Mantendo o foco na preocupação ambiental, as embalagens serão confeccionadas em papel reciclado e terão indicações em cinco idiomas ( português, espanhol, inglês, francês e Braille). Os componentes para a montagem dos aparelhos e dos carregadores serão brasileiros e também importados do Canadá, Estados Unidos, Botswana, África do Sul e México. As baterias recarregáveis virão da China.

Preço
Os aparelhos montados no Brasil encontram-se dentro dos padrões da OMS – Organização Mundial da Saúde e custarão cerca de R$ 200,00 com carregador e baterias recarregáveis (com expectativa de vida útil de dois a três anos). Para se ter uma idéia, o preço médio de um aparelho similar hoje nas lojas do ramo é de R$ 1.250,00.
A Surdez
Dados da OMS – Organização Mundial de Saúde estimam que 278 milhões de pessoas, o equivalente a 7% da população mundial seja portadora de algum grau de deficiência auditiva. Na América Latina esse índice pode chegar a 9%. A deficiência pode ser causada pela falta de prevenção e tratamento das doenças relacionadas à surdez e pelo nível de poluição sonora, mas seu maior dano é impedir que seus portadores não tenham acesso à educação e ao trabalho.
Quanto mais cedo uma criança tiver um aparelho auditivo, maiores serão suas chances de se comunicar bem e ter acesso à educação. Sem tratamento, os surdos contribuem para a manutenção do ciclo de pobreza e são privadas das oportunidades de crescimento pessoal e profissional. As estimativas apontam que portadores de deficiência apresentam um índice de desemprego maior do que a média nacional e contraem mais doenças infecto-contagiosas, entre elas, a AIDS.

Responsáveis pelo projeto
Howard Weinstein
O canadense Howard Weinstein chefiou, na década de 90, um projeto similar na Botswana, África e propôs o Solar Ear ao Instituto Cefac. Hoje ele é o responsável pela implantação do projeto. Ele também é consultor da Legar, empresa nacional na área de desenvolvimento social. É fellow da associação ASHOKA (http://www.ashoka.com.br/) desde 2008 e, em maio do mesmo ano, recebeu o Prêmio Humanitário da Academia Americana de Audiologia.
Jaime Zorzi
O Dr. Jaime Zorzi é fonoaudiólogo, Doutor em Educação, professor e coordenador de Cursos de Especialização nas áreas da Linguagem, Distúrbios de Aprendizagem e Psicopedagogia, com atuação nacional e internacional. Desenvolve programas de atendimento a crianças com risco de fracasso escolar e de formação de professores de ensino fundamental. É Presidente do Instituo CEFAC.
Irene Marchesan
A Dra. Irene é fonoaudióloga, Diretora do CEFAC - Saúde e Educação, coordenadora dos Cursos de Especialização em Motricidade Orofacial no Brasil, Peru, Venezuela, Colômbia e Portugal desde 1983. É coordenadora do Corpo Clínico do Instituto Cefac há 10 anos.
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2 comentários:

  1. é por essas e por outras que ainda devemos acreditar no ser humano.

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  2. alguém que tenha conhecimento e contato político, façam o favor de perguntar ao responsável pela anvisa, o porque de ainda não terem liberado esses aparelhos para venda, só está dependendo de voces, será que a máfia dos aparelhos auditivos está com um dedo no meio disso?

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