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domingo, 31 de janeiro de 2010

Violência doméstica se combate com educação

Foto: Gabriel de Mello

Viviane Militão defende o Direito como agente social

Foi aos onze anos que Viviane Schacker Militão ouviu alguém dizer aquilo que ela já havia traçado como objetivo, mas guardava em seu inconsciente. Em meio a um bate-papo, a professora Ivete Menetrier (que até hoje faz parte do seu rol de amigas) desferiu: “Tu vais ser professora, guria”. Não deu outra. Atualmente, Viviane é profissional do Direito e docente da ULBRA Canoas, além de profunda estudiosa da Lei Maria da Penha. Sobre a violência doméstica, infelizmente cena comum em nosso país, ela entende que a falta de investimento na educação pode ser um dos principais agentes causadores.

Viviane acredita que com a inclusão de disciplina de Cidadania no ensino fundamental as crianças poderiam tomar conhecimento de seus direitos e deveres básicos. Seria uma alternativa na tentativa de minimizar as situações que corriqueiramente vivenciou, quando atendia no Núcleo de Atendimento as Vitimas de Violência da ULBRA (NAVIV). “O trabalho do Núcleo é realizado por professores e alunos dos cursos de Direito e Psicologia com o intuito de trabalhar as partes emocional e legal decorrentes da vítima ou do agressor”, explica. De acordo com ela, entre alguns relatos, recorda de um em que a vítima chega ao ponto de achar que “mereceu” apanhar do (a) companheiro (a). Segundo a professora, o número de homens que procuram a justiça para se queixar de violência doméstica, mesmo que timidamente, tem crescido também.

Viviane ingressou na ULBRA como funcionária do Curso de Odontologia aos 17 anos. Em seguida, tornou-se aluna do Curso de Direito e no decorrer do curso exerceu trabalho voluntário no Serviço de Atendimento Jurídico da ULBRA (SAJULBRA), destinado a pessoas de baixa renda. Algum tempo depois, passou a ser assessora administrativa na Universidade. Concluiu sua Pós-graduação em Direito de Família e tornou-se professora da Universidade.

CACHORRO-QUENTE PARA A CRIANÇADA - O interesse por questões com forte apelo social parece estar enraizado em Viviane. Ao ser perguntada sobre a passagem que mais lhe marcou em sua trajetória na ULBRA é enfática: “Foi no Natal de 2007, quando a ULBRA fez uma campanha de arrecadação de brinquedos junto aos professores e funcionários da Universidade. É gratificante ver o sorriso da criança que você adotou”, comenta. Além das doações, a professora comemora o envolvimento de alunos e professores, em campanhas solidárias. No mais recente Natal, por exemplo, se vestiram de papai Noel e fizeram cachorros-quentes para a criançada no bairro Mathias Velho.

Aos 30 anos, mesmo com pós-graduação e alguns anos de advocacia, Viviane sabe que ainda tem muito a percorrer no caminho do Direito. A precocidade, no entanto é um facilitador, já que vivenciou muita coisa que seus contemporâneos ainda vão ter que passar. Hoje, divide as atividades na ULBRA com o escritório no qual atende como advogada em questões previdenciárias. “O Direito Previdenciário é uma área excelente de trabalho também e, além disso, permite que em determinados casos se utilize os conhecimentos adquiridos na área de família”, justifica. Contudo, é em frente ao quadro negro onde se sente realizada.

E essa paixão também surgiu precocemente, pois colaborou com os estudos dos irmãos, quando ainda pequena sua mãe lhe presenteou com um mini quadro negro. Um deles, inclusive, está se formando bacharel em Direito pela ULBRA e Viviane se diz orgulhosa por ter participado de sua formação. “O professor deve ter humildade. Deve ensinar e saber aprender. A sala de aula também é uma troca de experiências”, afirma. Se depender de Viviane, ela continuará lecionando por muitos anos ainda, pois acredita que quando Direito e educação andam juntos, está promovida a cidadania. E essa lição ela já tinha em mente. Antes mesmo dos onze anos de idade.
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