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segunda-feira, 29 de junho de 2009

Tratamento do Linfoma no SUS: não podemos deixar esse assunto morrer.

Até abril desse ano, quando a Ministra Dilma Rouseff foi diagnosticada portadora de Linfoma, um tipo de câncer muito mais comum do que se imagina, as pessoas sabiam pouco ou quase nada sobre o assunto.

Uma pesquisa do DataFolha, realizada em 2008, revela que 66% dos brasileiros nunca sequer ouviu falar nisso, e dados obtidos pela Abrale só confirmam as estatísticas: de 895 pacientes em tratamento, 87% não faziam a menor idéia do que era o Linfoma antes de contrairem a doença.

Apesar do burburinho que se formou em volta do assunto, provocado pelo diagnóstico da Ministra (e, atualmente, da autora da TV Globo, Glória Perez), pouca gente faz idéia, por exemplo, que o Linfoma mata mais que 3 mil pessoas por ano, o que corresponde a uma média de 8 pessoas por dia.

Outra informação curiosa, que só quem sofre com a doença sabe, é que o SUS não possui tratamento adequado para o Linfoma e que a lista de medicamentos para esse tipo de câncer não é atualizada há mais de 10 anos pelo gorverno. Além disso, muitos médicos da rede pública desconhecem como diagnosticar e tratar os pacientes, o que diminui substancialmente as chances de descobrir a doença a tempo de curá-la.

Em poucas palavras, quem não tem dinheiro para arcar com um tratamento em hospital particular como, felizmente, está fazendo a Ministra Dilma, acaba por não ter acesso aos medicamentos mais modernos - como o MabThera - que, combinados com a quimioterapia, garantem índices muito maiores de recuperação.

Quando diagnosticado a tempo e tratado com os medicamentos certos, os pacientes com Linfoma tem 95% de chance de cura.

A esperança é que, quem sabe agora, o governo comece a olhar para esse assunto com outros olhos e recupere os 10 anos de atraso no tratamento da doença.


Resumindo, o que é o Linfoma:

O Linfoma é um tipo de câncer que se desenvolve principalmente nos linfonodos (gânglios) do sistema linfático, um dos responsáveis pela defesa natural do organismo contra infecções. Existem dois tipos: o de Hodgkin e o não-Hodgkin, que correspondem respectivamente a 20% e 80% dos casos no Brasil e no mundo.

Como é feito o diagnóstico?

O sintoma mais comum é o aumento indolor dos linfonodos, principalmente no pescoço, mediastino (região entre os pulmões e o coração), axilas, abdômem ou virilha. A pessoa pode também ter febre, suor noturno, perda de peso e coceiras.

E afinal, qual o jeito certo de tratar a doença?

Hoje em dia, o tratamento que oferece a maior chance de cura para os pacientes de Linfoma não-Hodgkin é uma combinação da quimioterapia associada a anticorpos monoclonais, os chamados medicamentos inteligentes.
Isso porque eles combatem as células doentes, preservando as sadias.


COMO CADA UM DE NÓS PODE AJUDAR

A única forma de ajudar quem não tem como bancar um tratamento particular a se curar do Linfoma, é divulgando o assunto e ajudando a mobilizar a população para que ela exija que o tratamento adequado esteja disponível para toda a população.

A problema é que o assunto, de um mês para cá, começou a cair no esquecimento. E para que haja uma resposta do governo, precisamos mobilizar a opinião pública.

Para mais informações sobre o Linfoma, acesse www.abrale.org.br

A associação promove, todo mês, vários eventos para esclarecer a população e ajudar os pacientes e familiares durante o tratamento.

Um comentário:

  1. Para o governo modificar as regras de distribuição de remédios o povo precisa fazer muito 'barulho'. É preciso difundir esta idéia e exigi-la. Exigir a atualização da lista do SUS e a negociação com os grandes laboratórios. Não basta entrarmos com um processo judicial para poder usar o medicamento que melhor combate um linfoma ou outra doença. A regra já tem que estar instituída, não podemos esperar uma medida judicial para ter acesso ao quje pode salvar uma vida ou amenizar um sofrimento.

    O paciente já tem que sair do consultório médico com as aplicações de Mabthera agendadas ou com os outros medicamentos em mãos, logo no diagnóstico.

    Vamos passar esta campanha para frente. Mas até lá, se você conhece alguém que trata linfoma pelo SUS, estimule-o a entrar com um processo requerendo esses medicamentos... é causa ganha. E vida também.

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