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segunda-feira, 15 de março de 2010

INCONTINÊNCIA URINÁRIA TEM TRATAMENTO

Pacientes com Incontinência Urinária podem levar uma vida com mais qualidade

Na data em que se comemora o Dia Mundial da Incontinência Urinária (14 de março), especialistas revelaram os impactos da doença no dia a dia dos portadores, e reforçaram a importância do tratamento


Sair de casa somente se houver sanitários por perto, medo de perder urina durante uma entrevista de emprego ou no decorrer da relação sexual. Essas são algumas das preocupações que acompanham homens e mulheres portadores de incontinência urinária.

A doença afeta 1 em cada 25 pessoas no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), e 50 milhões em todo o mundo. Caracterizada pela perda involuntária de urina em movimentos simples como tossir, espirrar ou abaixar para apanhar algo, a incontinência urinária limita a rotina das pessoas. Seus portadores muitas vezes não conseguem chegar a tempo no toalete e têm ainda suas noites de sono comprometidas pela vontade de urinar várias vezes.

Ao contrário do que se imagina, a incontinência urinária não está associada ao envelhecimento. O problema acomete todas as idades, com incidência maior em mulheres, sendo que 20% têm mais de 50 anos e 35% estão na faixa dos 60 anos, de acordo com a SBU. “É um mito achar que a doença acomete apenas idosos, pois a perda de urina não é algo normal em nenhuma idade”, explica a urologista Dra. Miriam Dambros, coordenadora do Núcleo de Urologia Geriátrica, da Universidade Paulista de São Paulo (UNIFESP).

Entre as causas que levam ao aparecimento do problema estão infecções urinárias ou vaginais, constipação intestinal (mudança nos hábitos intestinais), doenças que afetam os nervos ou músculos e alguns tipos de cirurgia ginecológicas, entre outras.

O urologista Dr. Cristiano Gomes, da Divisão de Urologia do Hospital das Clínicas, de São Paulo, afirma que a disfunção no sistema urinário, além de ocasionar incômodos e aflições, favorece a queda da autoestima. “A doença afeta principalmente a qualidade de vida, fazendo com que muitos pacientes se isolem e deixem de realizar atividades cotidianas que possam afastá-los do toalete”, comenta Gomes.

Além dos prejuízos no sistema emocional, a incontinência urinária, se não tratada, interfere de forma negativa no trabalho, limita momentos de lazer e também a vida sexual. “Um dos principais receios é perder urina durante o ato sexual”, sinaliza a Dra. Miriam. “O problema dificulta ainda o dia a dia de quem trabalha, anula uma viagem com amigos, a ida a uma festa e atividades simples como ir à feira, banco e supermercado”, completa a especialista da UNIFESP.

Estudo realizado pela Unicamp revela que 40,9% dos pacientes com a disfunção sofrem com restrições sexuais; 15,2% têm impactos nas atividades ocupacionais; 18,9%, domésticas e 33,5%, sociais.

O tratamento

Como medidas iniciais são indicadas a fisioterapia pélvica, terapia comportamental, estimulação elétrica e medicamentos. Segundo a Dra. Miriam, 25% dos pacientes não respondem aos medicamentos orais. Neste caso, a aplicação de Toxina Botulínica Tipo A é uma opção segura e eficaz para tratar da Incontinência Urinária causada pela Bexiga Hiperativa.

O principal benefício é que esta nova alternativa tem ação local e os efeitos colaterais comuns aos medicamentos orais são evitados. A substância é injetada no músculo da bexiga, relaxando-o e impedindo as contrações involuntárias e, consequentemente, a perda de urina. A ação dura de 6 a 9 meses e pode ser reaplicada após este período.

A Toxina Botulínica tipo A é usada há mais de 20 anos para fins terapêuticos. O BOTOX® chegou ao Brasil em 1992, quando foi autorizado pela ANVISA para o tratamento de estrabismo e distonia. Hoje já são oito indicações aprovadas no país: distonia, estrabismo, blefaroespasmo, espasmo hemifacial, rugas de expressão, espasticidade, hiperidrose e bexiga hiperativa.

Disfunção afeta a qualidade de vida de 20% dos brasileiros, agravando principalmente o dia a dia de portadores de doenças como Esclerose Múltipla e Mal de Parkinson

O problema é ainda mais acentuado em pacientes com problemas relacionados a alterações no sistema nervoso central, como Mal de Parkinson, AVC (acidente vascular cerebral) e Esclerose Múltipla – que apresentam quadro de doença por comorbidade. Nesses casos, além dos pacientes não terem controle da urina, aumentam-se as chances de infecções urinárias e dificuldades de manter a higiene.

Na data em que se celebra o Dia Mundial da Incontinência Urinária (14 de março), o Dr. José Carlos Truzzi, doutor em urologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) destaca que a perda de urina é mais recorrente do que se imagina, sendo mais comum em idosos e mulheres. “A disfunção pode ocorrer em qualquer idade, acometendo homens e crianças”, justifica. “Os tratamentos atuais permitem que, em média, 70% a 80% dos portadores obtenham melhora dos sintomas”.

Truzzi sinaliza ainda que o tratamento deve ser individualizado para cada tipo de incontinência, e conforme o diagnóstico apresentado por cada paciente. Opções como fisioterapia pélvica, terapia comportamental e medicamentos podem ser utilizadas como medidas iniciais. Uma alternativa a essas medidas é a aplicação de Toxina Botulínica Tipo A, como opção eficaz e segura para o tratamento da Incontinência Urinária causada pela Bexiga Hiperativa.

“Aprovada pela ANVISA há um ano, essa opção de tratamento tem ganhado importante aderência pelos urologistas, graças aos resultados muito favoráveis que tem apresentado”, acrescenta Dr. Truzzi.

A Toxina Botulínica Tipo A é injetada no músculo da bexiga, relaxando-o e impedindo as contrações involuntárias e, consequentemente, a perda de urina. A ação dura de 6 a 9 meses e a substância pode ser reaplicada após este período. O principal benefício é que esta nova alternativa tem ação local e os efeitos colaterais comuns aos medicamentos orais são evitados.

Qualidade de vida

Estudo realizado pela Unicamp revela que 40,9% dos pacientes com a disfunção sofrem com restrições sexuais; 15,2% têm impactos nas atividades ocupacionais; 18,9% domésticas e 33,5%, sociais.

Muitos pacientes se isolam com medo de passar por alguma situação constrangedora durante suas atividades diárias ou pela falta de um toalete disponível. A pessoa com Incontinência Urinária adapta sua rotina para fugir do desconforto dos sintomas: deixa de viajar, de ir a uma festa e evita até mesmo atividades rotineiras, como trabalhar, ir ao banco e fazer compras.

Se o problema não for tratado, o isolamento pode inclusive resultar em quadros de depressão. No caso dos idosos, a disfunção pode aumentar o risco de quedas e fraturas. Isso porque os pacientes com bexiga hiperativa sentem a vontade súbita de urinar e correm para o toalete.

A Toxina Botulínica tipo A é usada há mais de 20 anos para fins terapêuticos. O BOTOX® chegou ao Brasil em 1992, quando foi autorizado pela ANVISA para o tratamento de estrabismo e distonia. Hoje já são oito indicações aprovadas no país: distonia, estrabismo, blefaroespasmo, espasmo hemifacial, rugas de expressão, espasticidade, hiperidrose e bexiga hiperativa.

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