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segunda-feira, 15 de março de 2010

Pé Diabético: complicação do Diabetes

A doença requer ação rápida a partir de alguns sintomas que classificam o paciente como de risco baixo, moderado e grave. Em cada caso, uma equipe multiprofissional é responsável pelos cuidados

Fatos relevantes:

- O Pé Diabético se caracteriza por uma complicação crônica do Diabetes Mellitus, que é causado por uma variedade de anormalidades como neuropatia (adormecimento nos pés) e/ou vasculopatias (diminuição da circulação nas pernas), que podem causar ulcerações. Essas podem ser portas de entrada para infecções, geralmente graves. Se não houver tratamento, pode evoluir para amputações e internações prolongadas.

- E importante que o paciente diabético realize avaliações em Centro de Referência, que conta com equipe multidisciplinar para caracterizar, por meio de dados clínicos e exames complementares, a categoria de risco (se há perda de sensibilidade e falta de circulação) a que pertence.

- Dependendo do risco, os profissionais poderão estipular o melhor tratamento, tanto preventivo (orientações para proteção dos pés), quando terapêutico (tratamento da falta de circulação e das infecções), evitando o risco de amputação.

- Na maioria das vezes, pode ser necessária a revascularização do Pé Diabético para fechamento das ulcerações. Isso pode ser realizado por meio da cirurgia endovascular (angioplastias) e/ou com cirurgia aberta (por meio de pontes).

TAGs.: Pé Diabético, Diabetes Mellitus, Centro de Referência,
Núcleo de Diabetes, Hospital 9 de Julho


São Paulo, março de 2010 - O maior medo de todo paciente diabético é sofrer uma amputação. Mas, esse medo tem fundamento? Sim, cerca de 60% das amputações ocorrem em pacientes diabéticos e a principal causa é uma doença associada: o Pé Diabético. Com os avanços da Medicina e do modelo de atendimento nos grandes hospitais, é possível prevenir o problema e evitar a temida amputação. No Hospital 9 de Julho, em São Paulo, por exemplo, o Pé Diabético recebe atenção especial, sendo tratado por uma equipe multiprofissional, que acompanha o paciente no Núcleo de Diabetes, ambulatorialmente, ou no próprio hospital, em casos mais graves.

De acordo com o Dr. José Resende Neto, cirurgião vascular e endovascular do Hospital 9 de Julho, o diabetes é uma patologia que se caracteriza por uma variedade de complicações em órgãos importantes e podem levar o indivíduo à morte. Há complicações que levam a incapacidade (retinopatia, nefropatia, neuropatia e vasculopatias) que afetam a vida social ou produtiva. “O Pé Diabético se caracteriza pela principal complicação do Diabetes”, comenta o Dr. Resende. Ele começa com a perda da sensibilidade (dormências), levando a deformidades por artropatias (por exemplo, o Pé de Charcot), resultando, às vezes, em fraturas agudas, subluxações ou por pequenos acidentes domésticos (traumas).

Também podem ocorrer ulcerações (facilitam as infecções) que, associadas à falta de circulação, acabam em amputações de vários níveis, desde pé, até coxa. “Geralmente, o paciente não percebe o que aconteceu com o pé porque não sente dor devido à dormência. Quando a dor aparece, o caso já está muito grave”, explica o médico.

Para se ter uma idéia, de acordo com estatísticas internacionais, existe uma prevalência entre os diabéticos de 23% a 42% de neuropatia periférica, 9% a 23% de patologia vascular e de 5% a 7% de úlceras de pé, e que o índice de amputação é maior em diabéticos do que em pessoas sem a doença. Além disso, o risco de alterações vasculares, principalmente periféricas, aumenta quando a doença está associada ao hábito de fumar, hipertensão arterial e hipercolesterolemia.

Amputações podem ser evitadas com ações rápidas, dependo dos sintomas

Embora nem todas as alterações do Pé Diabético possam ser prevenidas, é possível reduzir a incidência e risco de morte por meio da prevenção e da adoção de protocolos médicos para o tratamento da patologia.

Alguns sintomas devem são levados em conta pelo médico, como hiperglicemia não controlada, duração do diabetes, doença vascular periférica, diminuição da acuidade visual ou mesmo cegueira, insuficiência renal e idade avançada do paciente. Além disso, o alerta estará dado se houver fatores locais como neuropatia periférica, deformidade estrutural do pé, trauma e uso impróprio de calçados, calosidades, pressões elevadas localizadas, história de ulceração e amputação prévia e diminuição da morbidade articular.

De acordo com os sintomas, os pacientes podem ser classificados de riscos baixo, moderado e alto. Nos riscos baixo e moderado, o paciente pode ser acompanhado por meio de consultas no ambulatório ou até mesmo com atendimento domiciliar. Já quando o risco é alto, ou seja, quando o paciente apresenta úlcera prévia devido a neuropatia ou isquemia, calosidades associadas a fator de risco ou amputação prévia, deve ser encaminhado necessariamente para o médico vascular e para um clínico com experiência em tratamento de pacientes com diabetes ou para os demais profissionais do Núcleo de Diabetes. Deve ainda passar por cuidados podais pela equipe de enfermagem e ortopedista especialista em pé.

Essas ações ajudam e a prevenir e evitar lesões nos pés e a evolução para situações mais graves com o risco de amputações. Caso tenha alguém em sua família com alguns dos sintomas e que seja diabético, procure um atendimento médico especializado!

Sobre o Diabetes – O Diabetes é uma das maiores causas de morte, além de ser a maior causadora de cegueira, insuficiência renal e amputações não traumáticas, acometendo pacientes, a maioria, na faixa etária dos 45 a 60 anos, ou seja, em idade produtiva.

A prevalência de Diabetes Mellitus está crescendo em uma proporção alarmante no mundo todo, principalmente a do tipo 2, e entre pessoas mais jovens e obesas. Segundo a Federação Internacional de Diabetes, a epidemia está evoluindo tanto que se esperava um aumento de 7 milhões de casos em 2009 e esse número foi de 10 milhões. Em 2009, os casos de diabetes no mundo chegaram a 285 milhões. Se a progressão continuar nesse ritmo, serão 435 milhões de pessoas com diabetes no mundo em 2030.

Dados da Sociedade Brasileira de Diabetes mostram que, no Brasil, existem 10 a 12 milhões de pessoas com diabetes. Estudo do Ministério da Saúde realizado entre 1986 e 1989 mostrou uma prevalência de 7,6% na população entre 30 e 69 anos.

Quotes

Dr. José Resende Neto, cirurgião vascular e endovascular do Hospital 9 de Julho

“Uma das complicações mais frequentes da diabetes é o Pé Diabético, que geralmente vem acompanhado por ulcerações que causam infecções. Causadas por neuropatia e isquemias, o Pé Diabético, muitas vezes, pode evoluir para amputações maiores ou menores e necessitam de revascularização de membros inferiores por via aberta ou endovascular. Nas pessoas com Pé Diabético infeccioso, além do tratamento clínico de suporte, com aplicação de antibióticos, do tratamento cirúrgico, há ainda indicação para tratamento com oxigenoterapia hiperbárica, para cicatrização mais rápida.”


Sobre o Hospital 9 de Julho - Fundado em 1955, em São Paulo, o Hospital Nove de Julho tornou-se referência em medicina de alta complexidade e tem focado seus investimentos no atendimento de traumas e na criação de Centros de Especialidades (Oncologia, Dor e Neurocirurgia Funcional, Gastroenterologia, Coluna, Rim e Medicina do Exercício e do Esporte).

Com cerca de 1,5 mil colaboradores e 3,8 mil médicos cadastrados, o complexo hospitalar possui 285 leitos, sendo 60 leitos nas Unidades de Terapia Intensiva, especialistas em procedimentos de alta complexidade, além de um Centro Cirúrgico com capacidade para até 14 cirurgias simultâneas.

WEBSITE WWW.hospital9dejulho.com.br
BLOG WWW.pordentrodo9dejulho.com.br

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