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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Em defesa da vida

Como é o dia-a-dia de trabalho da Defesa Civil, cujos profissionais, muitas vezes, se colocam em situação de risco para salvar a vida das pessoas

Eles fazem um trabalho silencioso. Sem alarde, procuram prevenir desastres ou minimizar seus efeitos na Cidade de São Paulo. Prevenir e salvar vidas são o lema desses profissionais que atuam em áreas de risco e cujas ações, muitas vezes, passam despercebidas. A Defesa Civil da Capital abriga em seu quadro muitos heróis anônimos que têm como preocupação maior assegurar o bem-estar da população paulistana.

Subordinada à Secretaria Municipal de Segurança Urbana, por meio da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec), a Defesa Civil é chamada quando ocorre um estado de emergência. Dirigida pelo coronel Jair Paca, coordenador-geral, seu trabalho é assistir a população atingida por enchente, deslizamento, incêndio ou queda de avião, por exemplo.

O último grande ato desses heróis desconhecidos foi no dia 8 de dezembro, em Vila Matilde, Zona Leste, onde, diante de uma situação de alto risco de desabamento, os agentes da Defesa Civil desalojaram imediatamente os moradores instalados em uma encosta de morro entre a avenida Mendonça Drumond e a rua Fernandes Portoalegre. Momentos depois, um deslizamento arrastou e destruiu diversas casas.

Relutantes, de início, em abandonar suas casas, moradores como Mário da Silva não acreditavam no que viam. Instalado na rua Fernandes Portoalegre, ele diz que não se convenceu do risco iminente quando recebeu o coordenador distrital da Defesa Civil na Penha, Antônio Magalhães. "Não queríamos sair porque é a casa da gente. Graças a Deus, o 'seu' Magalhães conseguiu convencer a gente, porque tudo aconteceu muito rápido", relembra.

A equipe da Defesa Civil chegou ao local assim que recebeu chamadas de moradores da região. "Vimos várias trincas e rachaduras nas paredes. Eram alguns indicativos do que poderia ocorrer no futuro e retiramos de imediato essas pessoas. Só não sabíamos que esse futuro ocorreria poucas horas depois", explica o capitão José de Assunção Oliveira, coordenador-executivo da Defesa.

Ganhar a confiança da população é o segredo na abordagem

O coronel Paca destaca a importância de não desesperar o morador de área de risco em uma situação perigosa. "Existem vários modos de abordagem. A gente precisa primeiramente ganhar a confiança do cidadão. Depois, sensibilizá-lo de que seus entes estão em perigo. A partir daí, pergunta-se a história de vida da família, há quanto tempo moram ali, para que time de futebol eles torcem".

Paca diz que essa abordagem é chamada pelos agentes de "preventiva". "Depois dessa vem a fase de socorro, tipicamente realizada pelo Corpo de Bombeiros, mas que tem contado com a participação da Defesa Civil. Ela ajuda na retirada das pessoas", explica. "Na seqüência, vem a fase assistencial, em que ajudamos na montagem do local para assistência aos desalojados".

O trabalho da Defesa Civil não pára na assistência a desalojados. "Na parte de recuperação, os agentes opinam como devem ser feitas as obras, graças ao auxílio de geólogos. Também há a psicologia de desastre: conversamos e acompanhamos as famílias no intuito de diminuir seus traumas".

Agentes trabalham de forma integrada com o Corpo de Bombeiros

A Defesa Civil atua nas 31 subprefeituras da Cidade, além de ter uma Coordenadoria Municipal de Defesa Civil. A estrutura da Coordenadoria Municipal é formada por cinco coordenações: Geral, Executiva, Ações Preventivas e Recuperativas, Ações de Socorro e Assistenciais e de Busca e Salvamento.
A atuação é integrada com o Corpo de Bombeiros para garantir a tranqüilidade das ações de resgate. O trabalho da Defesa Civil segue ao do Corpo de Bombeiros para verificar os riscos oferecidos à população.

"Nós atendemos ocorrências diárias, como vazamentos de produtos perigosos, queda de aeronaves e demolição de prédios. Em grandes acidentes, estamos presentes para conduzir as vítimas para os hospitais mais próximos. Fazemos a intermediação entre o Corpo de Bombeiros e a instituição de Saúde", explica o coronel Jair Paca.

Para apoiar as ações de Defesa Civil em zonas de risco, foram criados os Núcleos de Defesa Civil (Nudecs), formados por moradores capacitados para atuar de forma integrada com o órgão. "Essas pessoas mantêm contato com a Defesa Civil. Elas observam rachaduras e índices pluviométricos por meio de um pluviômetro feito com garrafa pet", conta o coordenador-geral da entidade.

O telefone de emergência da Defesa Civil é o 199. Por meio dele, o cidadão pode solicitar ajuda em caso de deslizamento, desabamento, enchente, inundação, acidentes com produtos perigosos ou qualquer desastre provocado pela natureza ou pelo homem que coloque em risco a segurança da população.

Fonte: Secom

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