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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Acordo climático em risco: Lula, é hora de agir!

O acordo climático que deverá ser fechado este ano está em risco. Declarações recentes de importantes líderes mundiais, dentre eles da União Européia e Estados Unidos, sugerem que em Copenhague se discuta o futuro da humanidade de forma meramente voluntária. O WWF-Brasil, através de carta enviada nesta tarde, urge que o Presidente Lula e seus Ministros conclamem os demais líderes mundiais para um esforço global pelo único resultado aceitável em Copenhague: um acordo ambicioso, justo e com força de lei. O fracasso em Copenhague representa um alto risco de instabilidade que implicará em custos sociais, ambientais e econômicos para todos os países.

“Consideramos que o apoio do Presidente Lula como líder global é fundamental para que o acordo de clima não se restrinja a uma carta de boas intenções e seja realmente um compromisso com força de lei internacional”, afirma Denise Hamú, secretária-geral do WWF-Brasil.

“O crescente pessimismo entre líderes das nações mais ricas, principalmente nos últimos dias, não pode tomar conta das negociações. O que o mundo necessita agora é de vontade política para a tomada das decisões necessárias”, completa.

O Brasil tem se mostrado colaborativo nesse processo, rejeitando a possibilidade de não haver um acordo forte em Copenhague. “Precisamos desse tipo de movimentação política e de ações fortes de países em desenvolvimento como China, Índia e Brasil para pressionar cada vez mais os países desenvolvidos a trabalharem por um acordo com força de lei, com reduções drásticas de suas emissões e financiamento do desenvolvimento de baixo carbono”, contextualiza Carlos Rittl, coordenador do programa Mudanças Climáticas e Energia do WWF-Brasil.

Resgate das declarações otimistas
Na última Cúpula de Clima em setembro, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, resumiu comentários de mais de 100 chefes de Estado como “um desejo vivo por todos os líderes de contribuir para o êxito das negociações em Copenhague”. Ainda de acordo com o secretário-geral, “Eles [os chefes de Estado] também manifestaram a disponibilidade para comprometer suas nações para alcançar um acordo eficaz que seja colocado em prática por todos.”

“Pelo menos dois terços das nações mundiais, empresas e novos mercados estão ‘prontos e esperando’ pelas certezas que trará um acordo com força de lei a ser assinado em Copenhague”, afirma Kim Carstensen, líder da Iniciativa Global de Clima da Rede WWF.

“Passamos quase dois anos para criar todas as bases para o novo acordo e obtermos um resultado inovador em Copenhague. O que precisamos agora é de vontade política e determinação, não de sinais confusos como os que estão sendo enviados por alguns líderes”, explica Carstensen.

Nos próximos meses haverá uma série de uma série de reuniões de chefes de Estado e serão ótimas oportunidades para repetirem o compromisso que fizeram na ONU.

Os líderes da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) estão reunidos hoje e neste fim de semana. Chefes de Estado europeus se reúnem na próxima semana para acordar uma posição sobre financiamento de ações sobre mudanças climáticas. Um encontro da Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (Apec) está marcado para novembro. Além dessas, outras reuniões bilaterais também estão previstas até o fim de novembro.

"Esperamos que os líderes coloquem as negociações de volta nos trilhos da responsabilidade", afirma Carstensen.


Mais informações:
Mariana Ramos, assessora de Comunicação do WWF-Brasil 61 3364 7404 e 61 8175 3788 ou pelo email marianaramos@wwf.org.br


O WWF-Brasil é uma organização não-governamental brasileira dedicada à conservação da natureza com os objetivos de harmonizar a atividade humana com a conservação da biodiversidade e promover o uso racional dos recursos naturais em benefício dos cidadãos de hoje e das futuras gerações. O WWF-Brasil, criado em 1996 e sediado em Brasília, desenvolve projetos em todo o país e integra a Rede WWF, a maior rede independente de conservação da natureza, com atuação em mais de 100 países e o apoio de cerca de 5 milhões de pessoas, incluindo associados e voluntários.

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